A reitoria da Ufopa se diz vítima de "ataques" e nega as acusações de corrupção (Divulgação/Ufopa)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2012 às 22h44.
Um grupo de professores e alunos da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) levou ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério da Educação um dossiê acusando o reitor da entidade, José Seixas Lourenço, de superfaturar gastos. O material mostra graves indícios de sobrepreço na compra de equipamentos e na aquisição de lotes pela instituição de ensino. O documento lista 13 itens utilizados em pesquisas que teriam sido comprados por valores inflados.
No total, o acréscimo seria de 1,8 milhão de reais. Em um dos casos, a diferença de preço entre o valor pago e o praticado pelo mercado ultrapassa os 2.000%: um ultrassom avaliado em 15 800 reais foi comprado por mais de 343.000. Há ainda questionamentos quanto à aquisição de três terrenos. Em um dos casos, a universidade pagou 1,2 milhão por um lote que a prefeitura de Santarém avaliara, meses antes, em 238.000.
A Ufopa comprou ainda um terreno de 5 hectares por 4 milhões de reais depois de rejeitar, pelo mesmo preço, a aquisição de um lote de 100 hectares às margens do Rio Tapajós. "As aquisições foram feitas unilateralmente pelo reitor, sem consulta a nenhuma instância colegiada da universidade", diz o dossiê.
Além da comunidade acadêmica, que pede a saída do reitor do cargo, o deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) encampou a mobilização contra o comando da Ufopa.
A Universidade Federal do Oeste do Pará foi criada em novembro de 2009 e ainda não apresentou uma prestação de contas sequer. O reitor José Seixas Lourenço ocupa o mandato interinamente, enquanto o estatuto da instituição não fica pronto. A demora na convocação de eleições também suscita críticas da comunidade acadêmica.
Resposta - A reitoria se diz vítima de "ataques" e nega as acusações de corrupção. A entidade reconhece, entretanto, indícios de sobrepreço em parte das compras e alega ter exigido explicações da empresa responsável pelos equipamentos. Mas, para se defender, alega que a variação nos valores se deve a fatores como o preço do frete e tarifas alfandegárias.
A reitoria também rebate a afirmação de que houve irregularidades na aquisição dos terrenos. Diz que a avaliação dos imóveis é feita com base em critérios objetivos. A entidade alega ainda que o terreno de 100 hectares nem mesmo chegou a ser formalmene oferecido à Ufopa.