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Reintegração de posse provoca conflito em São Paulo

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso durante a operação

Conflito: a ocupação está localizada no bairro São Mateus, na zona leste da cidade (Facebook/Guilherme Boulos/Reprodução)

Conflito: a ocupação está localizada no bairro São Mateus, na zona leste da cidade (Facebook/Guilherme Boulos/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 11h07.

A reintegração de posse de um terreno ocupado na zona leste da capital paulista resultou em conflito entre moradores e a Tropa de Choque da Polícia Militar, que utilizou gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. No terreno particular, onde foram construídas casas de alvenaria e de madeira, moravam 700 famílias.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso durante a operação, por descumprimento de decisão judicial e incitação ao crime, segundo os policiais.

Integrantes do movimento disseram que o advogado dos moradores também foi levado para a delegacia, mas a Secretaria da Segurança Pública ainda não confirmou a informação.

Em nota, o MTST considera a prisão "um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito.

Neste momento, o companheiro Guilherme está detido na 49ª DP de São Mateus. Não aceitaremos calados que, além do massacre ao povo da ocupação Colonial, jogando-o nas ruas, queiram prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-lo", diz a nota.

A ocupação, chamada comunidade Colonial, está localizada no bairro São Mateus, na zona leste da cidade, na Rua André de Almeida. As famílias vivem no local há um ano e meio.

Neto Brasil, integrante da coordenação do MTST, disse que o terreno, antes da ocupação pelas famílias, era usado para crimes e desova de corpos.

Maria Sônia Rodrigues da Silva, de 61 anos, vivia com as duas filhas na comunidade. "Aqui só tem criança, cadeirantes, pessoas idosas, adolescentes. A gente não quer nada de graça não, a gente quer comprar [o terreno]", disse ela. A idosa e as filhas estavam no local há um ano e meio. "Eu não tenho onde morar, nem elas. Essa terra estava abandonada há 40 anos", completou.

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