Desocupação de terreno da Oi, na zona norte do Rio: os policiais utilizaram bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha para entrar no local (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2014 às 16h48.
Rio de Janeiro - A reintegração de posse em um terreno da operadora Oi no Rio de Janeiro ocupado há quase duas semanas resultou em confronto violento entre invasores e a polícia nesta sexta-feira, em que ônibus e viaturas policiais foram incendiados e houve pessoas feridas e detidas, informaram autoridades do Estado.
Cerca de cinco mil pessoas ocupavam o local desde 31 de março, na zona norte da capital fluminense, onde antigamente funcionava a empresa de telefonia Telerj, e começaram a construir barracos para morar. Os invasores alegam que recorreram ao local, onde havia um prédio abandonado, devido à falta de moradia na cidade.
De acordo com a Oi, o local estava murado e com segurança ativa. A reintegração de posse foi determinada pela Justiça, e homens do batalhão de choque da polícia do Rio de Janeiro chegaram ao local ainda na madrugada desta sexta.
Os invasores resistiram à presença policial com paus e pedras, e os policiais utilizaram bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha para entrar no local, de acordo com a polícia.
Os ocupantes do terreno atearam fogo a lixo e pedaços de madeira no interior do local. Do lado de fora, houve também ataques a ônibus, viaturas da polícia e outros veículos, incluindo carros de reportagem.
Ao menos sete veículos foram incendiados e muitos apedrejados na confusão, segundo a polícia. Pelo menos 16 pessoas ficaram feridas, entre policiais atacados por pedras e pessoas intoxicadas ou atingidas por balas de borracha.
Atos de vandalismo também se espalharam por ruas e avenidas próximas ao terreno. Lojas, agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram depredados por vândalos. Cerca de 20 pessoas, incluindo menores de 18 anos, foram detidas pela polícia por atos de vandalismo, depredação e saques.
"Foi um desespero, parecia um arrastão. Destruição de graça, sem motivo, feita por uma gangue", disse um comerciante da região, sob condição de anonimato.
Durante a desocupação um boato de que crianças teriam morrido acirrou os ânimos dos ocupantes, mas a polícia garantiu que não houve mortes.
"Não houve morte, a PM entrou tranquilamente, mas houve um tumulto provocado por algumas pessoas que lá estavam", disse a jornalistas o porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Cláudio Costa.