Dilma Rousseff é recebida pelo Rei Juan Carlos I da Espanha e pelo presidente espanhol, Mario Rajoy, na XXII Cúpula Ibero-Americana (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 18h54.
Madri - O rei Juan Carlos I incentivou nesta segunda-feira as empresas brasileiras a investir na Espanha, um país que, como destacou na presença da presidente Dilma Rousseff, ''tem uma das economias mais abertas do mundo'' e é uma grande plataforma de entrada na Europa, no Oriente Médio e na África.
O monarca espanhol citou os vínculos e afinidades que existem entre o Brasil e a Espanha no começo do almoço de gala oferecido a Dilma em Madri.
Em seu discurso, Dilma disse que, no âmbito multilateral, ''Europa e Espanha têm no Brasil um aliado disposto a participar de um pacto a favor do crescimento, da recuperação da demanda global e do emprego''.
O rei falou sobre a necessidade de os dois países continuarem estreitando suas relações econômicas dentro de uma ''interdependência'' crescente que se aprecia no fato de a Espanha ser o maior investidor europeu no Brasil e o segundo maior no geral, em setores ''muito importantes''.
Juan Carlos I lembrou à presidente brasileira que a Espanha está fazendo um grande esforço para ''recuperar o caminho do crescimento econômico e a criação de postos de trabalho''. O monarca destacou que a Espanha é um país com uma das economias ''mais abertas do mundo'', com uma legislação ''propícia'', modernas infraestruturas e ''grande afinidade cultural''.
Por tudo isso constitui, disse, uma ''excelente plataforma'' para a penetração dessas empresas na Europa, no Mediterrâneo e também no Oriente Médio e na África.
''A Espanha já se tornou a base europeia para muitas empresas ibero-americanas, e queremos que o seja também para as brasileiras'', afirmou, ressaltando que ''o parceiro natural de uma empresa espanhola ou portuguesa é um parceiro latino-americano e vice-versa''.
O rei disse a Dilma que poderá contar com a Espanha para contribuir para o ''sucesso'' do Brasil na organização da Copa do Mundo de futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
Juan Carlos, que pronunciou parte de seu discurso em português, evocou a herança histórica comum entre os dois países, que compartilham entre seus valores fundamentais o estado de direito, o sistema democrático de governo e o respeito e defesa aos direitos humanos e às liberdades fundamentais.
Estes mesmos aspectos também foram destacados por Dilma, que disse que a Espanha e Brasil têm muitas oportunidades de futuro, especialmente com um plano de ação que inclui iniciativas para a troca de pesquisadores.
A presidente lembrou que os US$ 8 bilhões de trocas comerciais no ano passado, mesmo sendo históricos, ainda são ''pequenos'' pelo grande potencial que as relações econômicas entre as duas nações oferecem.
Por sua vez, o rei fez notar a vontade de permanência das empresas espanholas no Brasil, dando emprego a ''centenas de milhares'' de brasileiros e transferindo tecnologia e conhecimentos.
Juan Carlos também se referiu à superação da crise diplomática por impedimentos a brasileiros que visitariam a Espanha, e apostou em facilitar a estadia temporária no país latino-americano de profissionais espanhóis altamente qualificados para cobrir suas necessidades de mercado.
No âmbito cultural, o rei não esqueceu de mencionar o interesse que o Brasil tem pela língua espanhola, já que é o país com mais unidades do Instituto Cervantes. Por fim, o monarca espanhol fez votos para que Espanha e Brasil continuem trabalhando juntos reforçando suas respectivas posições em um mundo global ''cheio de desafios e oportunidades''.