Regina Duarte e Bolsonaro, então candidato à Presidência pelo PSL. (Twitter Jair Bolsonaro/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2020 às 17h38.
Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 15h46.
A atriz Regina Duarte ainda não decidiu se aceitará o cargo de secretária especial da Cultura oferecido a ela pelo presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira 17.
Mas, segundo a coluna Monica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, a atriz pediu neste sábado 18 a membros da equipe do presidente para anunciar sua decisão somente na segunda-feira 20. Quando a oferta de Bolsonaro veio à tona, a atriz disse que decidiria até a manhã de hoje.
Assumidamente de direita e aliada do presidente Jair Bolsonaro desde que o político se candidatou à Presidência, Duarte já havia sido cotada para cargos no passado.
O jornal O Estado de S.Paulo também afirmou que o governo estuda recriar o Ministério da Cultura (extinto no ano passado, primeiro ano do governo Bolsonaro) para abrigar Duarte. A avaliação, segundo fontes ouvidas pelo jornal, seria de que o nome dela é forte demais para apenas uma secretaria.
A atriz ainda não se pronunciou publicamente desde o convite de Bolsonaro. Os dois devem se encontrar pessoalmente na segunda-feira, no Rio.
Em entrevista ao apresentador Pedro Bial no ano passado, a atriz disse ser chamada de "fascista" por pessoas de oposição ao governo, e disse que sente certa censura por parte de quem discorda de Bolsonaro. “E eu achando que vivia em uma democracia, onde eu tenho o direito de pensar de acordo com o que eu quero. Eu respeito todo mundo que pensa diferente de mim. Não saio xingando as pessoas por aí”, disse.
Duarte foi convidada para assumir a secretaria depois da demissão do então secretário, Ricardo Alvim. Em vídeo divulgado na quinta-feira 16, Alvim parafraseou trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista entre 1933 e 1945 e braço-direito do ditador Adolf Hitler. O governo nazista de Hitler matou mais de seis milhões de judeus antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
Com a repercussão negativa de suas declarações, Alvim foi demitido nesta sexta-feira 17.
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada", disse o ex-secretário no vídeo, com o objetivo de divulgar um novo prêmio nacional para as artes.
A fala é parecida a um pronunciamento de Goebbels direcionado à diretores de teatro que consta da obra “Joseph Goebbels: Uma biografia”, do historiador alemão Peter Longerich. “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande pathos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada."