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Região de Campinas busca água em lagos e cavas

Possíveis pontos de captação serão apresentados aos 43 municípios e às 30 empresas associadas ao consórcio; ao todo, a região abrange 5 milhões de pessoas


	Campinas: caberá aos interessados, prefeituras e empresas de saneamento, negociar o uso da água e avaliar se o recurso é próprio para consumo
 (Wikimedia Commons)

Campinas: caberá aos interessados, prefeituras e empresas de saneamento, negociar o uso da água e avaliar se o recurso é próprio para consumo (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 09h24.

São Paulo - A seca histórica nos rios e represas que formam o Sistema Cantareira tem levado cidades da região de Campinas, no interior paulista, a buscarem em lagos e cavas de mineração desativadas uma alternativa de abastecimento de água na crise.

Por meio de imagens de satélites, o Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) mapeou 119 áreas com potencial para suprir a escassez hídrica na região, a pior em 90 anos. "É como procurar um oásis no deserto", afirma José Cezar Saad, coordenador do projeto.

Até o momento, o levantamento apontou para a existência de 61 cavas e 58 pequenos reservatórios. "Agora, vamos fazer um sobrevoo para identificar e confirmar a existência dessas cavas e reservatórios e discutir como elas podem ser aproveitadas", explica Saad.

Os possíveis pontos de captação serão apresentados aos 43 municípios e às 30 empresas associadas ao consórcio. Ao todo, a região abrange 76 cidades, onde vivem 5 milhões de pessoas.

Caberá aos interessados, prefeituras e empresas de saneamento, levantar informações sobre a propriedade das áreas, negociar o uso da água e avaliar se o recurso é próprio para consumo humano.

"O grande problema é saber se a água tem condição de uso ou se tem algum contaminante que inviabilize seu consumo mesmo após tratamento. Por isso, nossa primeira recomendação será uma análise criteriosa e rigorosa da qualidade da água, conforme as determinações dos órgãos de saúde e de controle, como a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)", afirma Saad.

"Muitos municípios já não têm mais água em quantidade suficiente para abastecer a população. Estamos buscando todas as fontes possíveis", completa.

Hoje, dois municípios da região, Cordeirópolis e Saltinho, já estão usando água de cavas de mineração desativadas para suprir o abastecimento público. Mesmo com a fonte alternativa, as duas cidades não conseguiram evitar o racionamento de água, afetando cerca de 30 mil pessoas ao todo.

Só na região de Campinas, outras quatro cidades aderiram ao rodízio no abastecimento: Cosmópolis, Nova Odessa, Valinhos e Vinhedo. Em todo estado, já são ao menos 20 municípios, atingindo mais de 2 milhões de pessoas.

Segundo Saad, a transposição destas reservas de água em cavas e lagos para as estações de tratamento, rios e represas que abastecem as cidades das Bacias PCJ poderá ser feita por meio de um sistema de bombeamento com a utilização de tubulações temporárias de sistema de engate rápido ou permanente de diversos materiais, como alumínio, aço ou polietileno.

Outra alternativa é a utilização de caminhões-pipa para captar a água nos reservatórios e levar até as residências e indústrias. Segundo o consórcio, levando em conta um consumo de 200 litros de água por habitante por dia, para uma cidade de 10 mil habitantes, serão necessários aproximadamente 240 veículos por dia, com a capacidade de 7 mil litros cada unidade, para suprir a demanda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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