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Reforma tributária: governo faz 'terrorismo' para impedir novas exceções, diz senador Izalci Lucas

Em webinar da EXAME, parlamentar disse que há margem para incluir mais segmentos por causa do fim da sonegação, que diminuirá com a aplicação do split payment

Senador participou do webinar sobre a reforma tributária promovido nesta sexta-feira, 22, pela EXAME em parceria com o escritório Contabilizei (Jane de Araújo/Agência Senado)

Senador participou do webinar sobre a reforma tributária promovido nesta sexta-feira, 22, pela EXAME em parceria com o escritório Contabilizei (Jane de Araújo/Agência Senado)

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 15h33.

Última atualização em 22 de novembro de 2024 às 15h33.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) acusou o governo federal de "fazer terrorismo" para que o Senado não inclua novas exceções ou regimes diferenciados no Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, uma das iniciativas que trata da regulamentação da reforma tributária. O PLP, já aprovado na Câmara dos Deputados e, por conta da inclusão da carne, por exemplo, na cesta básica estendida na cesta básica de alimentos, o Ministério da Fazenda elevou a alíquota média, prevista em 26,5%, para 27,93%. E vem destacando que a métrica pode aumentar caso novas inclusões sejam feitas.

O senador do PL, que foi coordenador do grupo de trabalho sobre a reforma na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, apresentou uma lista sugerindo 72 ajustes no projeto, incluindo os setores de minério, gás e combustível nas isenções. Segundo Izalci Lucas, esses insumos estão relacionados a setores estratégicos do país e uma maior tributação retirará a competitividade internacional do Brasil.

"O governo está fazendo terrorismo muito grande. Mas ele só pensa quando você inclui segmentos [nas exceções e regimes diferenciados]. Ele não exclui da alíquota essas questão da sonegação, porque se não tem sonegação, vai ter aumento na receita", afirmou o senador.

A fala foi feita durante o webinar sobre a reforma tributária promovido nesta sexta-feira, 22, pela EXAME e oferecido pela Contabilizei.

Izalci justificou que, durante uma das audiências no Senado, uma procuradora, que trabalhou em seu mestrado e doutorado sobre o tema da sonegação, apontou que o índice dos que não pagam impostos chega a 27%. O que será superado com o mecanismo de split payment, que estabelece que as empresas só tenham acesso ao crédito após o pagamento do imposto, diferentemente do que acontece hoje com o regime que é declaratório.

"Ora, se vamos acabar com a sonegação — de fato com o split payment não tem [sonegação] — óbvio que você tem que reduzir a alíquota", afirmou.

Balanço sobre a reforma tributária

Entre as 72 alterações, o senador também cobra que o imposto sobre o etanol passe a valer já em 2026, e não a partir de 2032, como prevê o PLP. Além de que o mecanismo de cashback seja estendido àqueles que ganham um salário mínimo, e não apenas só metade do piso nacional.

Outro ponto também considerado prioritário pelo parlamentar é que o split payment seja aplicado em 2026, mas de forma simplificada. "Temos mais de 1.000 municípios que sequer têm a nota fiscal eletrônica. Não podemos atropelar isso porque senão o sistema não funcionará", afirmou.

Com a retirada do regime de urgência sobre o texto, Izalci Lucas também afirmou que o projeto deveria ser analisado pela CAE, antes de ser votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde tramita atualmente.

Apesar das críticas, o parlamentar concluiu que não há dúvidas de que a reforma tributária é positiva para o país. "Com esse sistema funcionando, será mais simples e trará segurança jurídica que, com certeza, aumentará os investimentos", finalizou.

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