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Reforma no Largo do Arouche, no centro de SP, deve começar em junho

A previsão é reconstruir o Mercado das Flores e instalar quatro novos quiosques no local

Edifícios icônicos do centro de São Paulo: Banespa e Martinelli: reforma no Arouche foi aprovada há dois meses no Condephaat, órgão estadual de patrimônio (filipefrazao/ThinkStock/Thinkstock)

Edifícios icônicos do centro de São Paulo: Banespa e Martinelli: reforma no Arouche foi aprovada há dois meses no Condephaat, órgão estadual de patrimônio (filipefrazao/ThinkStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2018 às 10h32.

São Paulo - A reforma do Largo do Arouche, no centro de São Paulo, já tem prazo para começar: está prevista para a segunda quinzena de junho, com entrega prometida para 2019. A previsão é reconstruir o Mercado das Flores e instalar quatro novos quiosques no local.

A reforma foi aprovada há dois meses no Condephaat, órgão estadual de patrimônio. A Prefeitura não informou o valor da obra. A pedido do ex-prefeito João Doria (PSDB), 25 empresários franceses doaram R$ 2,3 milhões para a obra, segundo a Câmara do Comércio França-Brasil.

Em 2017, Doria convocou a comunidade francesa a dar um presente para a cidade de e propôs requalificar o Arouche. Ele defendia a ideia de transformar o espaço em um "promenade" (passeio, em francês).

O aval do Condephaat ao projeto não foi unânime. O tombamento do Largo está sob análise do órgão - a área já é preservada em nível municipal pelo Conpresp. Entre os conselheiros, houve quem pedisse a manutenção da integridade do espaço até o Condephaat decidir se aprova ou não o tombamento.

Doado pelo escritório de arquitetura francês Triptyque, o projeto prevê demolir e reconstruir o Mercado das Flores, inaugurado em 1953. O local vai ganhar uma marquise para captação, armazenamento e reúso de água da chuva para rega das plantas. "Com essa grande marquise será possível colocar painéis fotovoltaicos. Isso vai dar autonomia de energia de quase 100%", explica Greg Bousquet, arquiteto e urbanista, sócio do Triptyque.

Já os quatro novos quiosques vão abrigar a administração do Largo com uma horta comunitária anexa; o centro de atendimento social, psicológico e jurídico para o público LGBT; a base da Polícia Militar; e o banheiro público aberto 24 horas.

O projeto também prevê ampliar o espaço público para além dos limites do Largo. Isso porque a obra vai nivelar o piso do local até a calçada que abriga o restaurante francês La Casserole e a Academia Paulista de Letras. O nivelamento do piso com a rua é um convite à redução de velocidade dos veículos.

Segundo Bousquet, a proposta segue o modelo "traffic calming", semelhante ao que já existe na Rua Avanhandava e na Praça do Patriarca. "O carro não se sente à vontade. Não é território dele. Está andando em um lugar de pedestre. Então, carros e ônibus vão andar a 20 ou 30 km/h, no máximo."

Expectativas

Hoje há três lojas no mercado. Vendedor há 25 anos, Edson Rosendo, de 44, acredita que a "nova cara" do Largo atraia um público diário de compradores. A maioria das vendas, diz, passou a ser feita virtualmente ou por telefone. "Há mais ou menos cinco anos perdemos um público que chegava a pé ou de carro para vir comprar. Tínhamos clientes dos Jardins e de Higienópolis que não vêm mais", diz. "Não adianta só virar um ponto chique se o público também não mudar. Além de reformar, precisa ter divulgação."

Moradores esperam que, com a mudança, crianças e cachorros tenham mais espaço do que usuários de drogas. O projeto prevê uma área para os cães. Com bancos de concreto e madeira, o Largo terá ainda um playground diferente. À noite, ele também poderá ser usado como local para sentar.

Para a confeiteira Juliana Dirani, de 28 anos, moradora da região, é importante que a base da PM seja fixa, como previsto no projeto. "Fora da vista deles, já não é tão seguro ficar no Largo. Sempre ouvimos falar de roubo de bicicleta ou furto de celular." Ela relata que, nos fins de semana, o clima de insegurança é ainda maior por causa das festas. "Eles vêm para cá com caixas de som e o fim de semana é uma balada LGBT", diz.

Dono do La Casserole, instalado no Arouche desde 1954, Leo Henry acredita que o projeto é "moderno e inclusivo", respeitando "todas as facetas" do Largo. "Acompanhamos desde o início", conta. A última reforma no local foi em 2013, com restauração do calçamento, pintura e novo gramado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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