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Reforma ministerial deve mudar titulares da Saúde, SRI, Secom, Secretaria-Geral e Minas e Energia

Fortalecido com vitória em Belo Horizonte, Alexandre Silveira pode deixar o Ministério de Minas e Energia e assumir coordenação política do governo

Esplanada dos Ministérios: partidos do Centrão devem comandar SRI, Ministério da Saúde e Ministério de Minas e Energia (Leandro Fonseca)

Esplanada dos Ministérios: partidos do Centrão devem comandar SRI, Ministério da Saúde e Ministério de Minas e Energia (Leandro Fonseca)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 28 de outubro de 2024 às 11h28.

Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 12h15.

O fim das eleições municipais reacendeu o debate no Palácio do Planalto sobre uma reforma ministerial que deve ser feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início do próximo ano. A tendência, segundo auxiliares do petista, é de que a dança das cadeiras não seja tão ampla quanto se especula. Somente pastas importantes e com orçamento significativo têm sido cobiçadas pelos partidos de centro.

O principal alvo é o Ministério da Saúde, que deve ir para uma das legendas do Centrão. O resultado das eleições municipais fortaleceu o PSD e o MDB, que passaram a governar, respectivamente, 37,3 milhões e 35,6 milhões de habitantes. A escolha de quem comandará o segundo maior orçamento da Esplanada dos Ministérios, entretanto, pode ser definida após o processo de sucessão da Câmara dos Deputados.

Até o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é cotado para a pasta. O eventual embarque de Lira no governo garantiria apoio político na Câmara e seria um forte golpe no partido comandado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Próxima da primeira-dama, Janja Lula da Silva, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem sido alvo de fogo-amigo, especialmente sobre a relação distante que mantém do Congresso.

Mudança na coordenação política

Outra mudança cogitada por Lula é na Secretaria de Relações Institucionais, chefiada atualmente por Alexandre Padilha. A coordenação política do governo feita por Padilha tem sido criticada dentro do Planalto e por partidos da base aliada. Uma alternativa que ganhou força entre auxiliares de Lula é deslocar o atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o posto.

Silveira, que preside o PSD em Minas Gerais, se fortaleceu politicamente com a vitória de Fuad Noman para prefeitura de Belo Horizonte, além de ter excelente relação com o presidente da República e com as principais lideranças do Congresso.

Segundo fontes do governo, ele está focado na reforma do setor elétrico, em propostas para garantir a segurança energética do país e para reduzir o custo da energia para os consumidores.

Além disso, outra missão dada por Lula a Silveira foi ofertar gás para 21 milhões de famílias de baixa renda. O governo federal pretende distribuir botijões de gás para 20 milhões de famílias de baixa renda até 2026. O plano faz parte do programa Gás Para Todos, que vai substituir o atual Auxílio Gás, e deve ter orçamento de R$ 13,6 bilhões, quando estiver plenamente aplicado.

Apesar das missões em curso, auxiliares do presidente afirmaram que um pedido direto de Lula para que Silveira assuma a coordenação política tem um peso significativo. "Não se nega um pedido do presidente", resumiu um auxiliar de Lula.

O eventual deslocamento de Silveira para a coordenação política abriria espaço para que o MME fosse comandado por um indicado do PSD ou de outro partido do Centrão. Em outros governos petistas, a pasta era reduto do MDB, que tem interesse no posto. Entretanto, essa acomodação política também levará em conta o processo sucessório na Câmara dos Deputados e no Senado.

Mudanças na Secom e na Secretaria-Geral

Outras duas mudanças são consideradas por Lula em fevereiro: na Secretaria de Comunicação da Presidência da República e na Secretária-Geral da Presidência da República.

Os titulares das pastas, Paulo Pimenta e Márcio Macedo, voltariam para a Câmara dos Deputados e dois petistas assumiriam os postos. Os nomes de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e do deputado federal Rui Falcão são cotados para a Secretaria-Geral. Para a Secom, Lula ainda não escolheu o substituto.

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