Sérgio Etchegoyen: "O resultado do custo da gasolina no preço final das coisas é muitas vezes menor do que o preço do diesel" (Elza Fiuza/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 28 de maio de 2018 às 15h41.
Última atualização em 28 de maio de 2018 às 15h54.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sérgio Etchegoyen, disse hoje (28) que a redução do diesel chegará ao bolso da população.
Segundo ele, os R$ 0,46 que serão reduzidos no preço do combustível beneficiam não só os caminhoneiros, mas a todos que consomem os produtos transportados por eles.
"O diesel é um combustível que transporta praticamente tudo que consumimos. O resultado do custo da gasolina no preço final das coisas é muitas vezes menor do que o preço do diesel", disse e acrescentou: "O custo de transporte vai resultar numa planilha de custo mais baixa para o prestador de serviço e para os comerciantes".
A redução do preço do diesel em R$ 0,46 nas bombas pelo prazo de 60 dias, sendo depois desse período, o preço ajustado mensalmente, é um dos pontos do acordo anunciado ontem (27) pelo presidente Michel Temer para encerrar o movimento dos caminhoneiros e retomar o abastecimento.
O ministro diz ainda que a redução de R$ 0,46 é um privilégio, em primeiro momento, dos caminhoneiros, mas que alcança toda a sociedade "que vai pagar essa conta".
"Todos sabemos que o governo não produz dinheiro, ele capta dinheiro do contribuinte. Consequentemente, esse contribuinte, que está ajudando a pagar essa conta, também será beneficiado pela redução de R$ 0,46 por litro quando for ao supermercado", explicou Etchegoyen.
Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou que, para cumprir o acordo anunciado por Temer, a carga tributária será redistribuída.
Segundo ele, o máximo a que será possível compensar é R$ 0,16, que deverão vir da reoneração da folha de pagamentos, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. O restante, R$ 0,30, virá do Orçamento da União.
O acordo firmado com os caminhoneiros não inclui a redução do preço da gasolina, apenas do diesel. Perguntado se a gasolina é também uma preocupação para o governo, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, explicou: "A gasolina é claro que é uma preocupação nossa mas, no momento, estamos tratando da questão do diesel porque se trata de uma política que tem como objetivo o transporte coletivo, o transporte de carga".
Em relação à demanda de cessar a paralisação apenas quando a redução do preço chegar às bombas nos postos, os ministros disseram que é preciso que os caminhoneiros voltem a trabalhar para que esse combustível chegue às bombas.
Padilha acrescentou que a Polícia Rodoviária Federal trabalhará na identificação de infiltrados no movimento, que, segundo ele, estão impedindo a volta ao trabalho de caminhoneiros que assim o desejam.
Os ministros afirmaram que estão negociando para evitar a greve dos petroleiros, anunciada para esta quarta-feira (30). A paralisação deverá ser de 72 horas e é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados.