Medidor mostra o nível da água na represa de Jaguari, da Sabesp, próximo de Santa Isabel (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2014 às 22h56.
São Paulo - Após pedir aos órgãos reguladores autorização para retirar uma segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) admitiu que a recuperação do principal manancial paulista pode levar três anos.
"Tem de chover no período de verão próximo da média para sobreviver. Em 2003 e 2004, o Cantareira se recuperou em três anos. Portanto, não será uma recuperação anual. Pode ocorrer, mas o homem ainda não controla o clima", disse o diretor metropolitano da empresa, Paulo Massato.
Os anos citados pelo dirigente marcaram a última estiagem do manancial. À época, o nível do sistema chegou ao que hoje seria aproximadamente 20% da capacidade.
Ou seja, cenário melhor do que o atual. Ontem, o manancial estava com 15,7%, mas graças à primeira cota de 182,5 bilhões de litros do volume morto.
O pedido para captar mais 116 bilhões da reserva será discutido nesta quarta-feira, 30, pelos órgãos reguladores.
Por causa do risco de colapso do sistema, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) implemente racionamento de água imediato nas regiões abastecidas pelo Cantareira.
São 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. "Rodízio hoje seria a pior solução para a população de São Paulo e para a Sabesp", disse Massato.