Pobreza rural: em 2018, o Brasil tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capita inferior a 145 reais (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2019 às 06h55.
Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 07h24.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira 6, por 20 votos favoráveis e 5 contrários, a proposta que inclui Estados e municípios na reforma da Previdência, chamada de PEC paralela. Os senadores rejeitaram as tentativas de alteração das propostas pela oposição. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) tenta um acordo para levar o texto ao plenário, mas a votação deve ficar para semana que vem. A proposta precisa passar por dois turnos no Senado e, depois, segue para a Câmara. Na proposta, a adesão não é automática. Governos poderão escolher se aderem ou não às mudanças por meio de uma lei ordinária nas Assembleias Estaduais, estendendo as regras para os municípios. Governos estaduais e prefeituras poderão desembarcar da reforma com a aprovação de outra lei, desde que a saída não seja nos seis últimos meses do mandato.
Maia promete aprovar reformas até 1º semestre de 2020
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 6, esperar que a Casa vote até o fim do primeiro semestre de 2020 o pacote de reformas apresentado pelo governo ao Congresso. “A parte da Câmara, certamente, vai estar aprovada até o final do primeiro semestre do próximo ano”, afirmou Maia. Batizado de Plano mais Brasil, o conjunto de medidas é a principal tentativa da equipe econômica para mudar a gestão das contas públicas nas três esferas de governo, com a criação de um novo marco institucional para o País quase 20 anos depois da aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ontem, o governo entregou ao Legislativo três propostas de Emenda à Constituição (Pacto Federativo, Reformulação de Fundos e PEC Emergencial), e a expectativa é que a equipe econômica entregue a proposta de reforma administrativa ainda esta semana à Câmara. O governo espera aprovar as medidas até abril do ano que vem.
Bolsonaro: ‘povo decidirá sobre fusão de municípios’
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira 6 que a proposta de fusão de municípios com baixa sustentabilidade financeira não será imposta. “O povo vai decidir”, declarou. O governo quer acabar com os municípios com menos de 5 mil habitantes e com arrecadação própria menor que 10% da receita total. A sugestão de mudanças na legislação para viabilizar a fusão consta na PEC 188/2019, sobre o novo pacto federativo, entregue simbolicamente por Bolsonaro ao Congresso na terça-feira. Bolsonaro afirmou que a proposta atinge municípios que estão no “negativo”. “E a população vai ter de concordar. Ninguém vai impor nada não”, disse. O presidente tratou sobre a proposta com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. Bolsonaro não deixou claro de que forma seria feita a consulta à população.
IBGE registra recorde no número de miseráveis
O Brasil atingiu nível recorde de pessoas vivendo em situação de miséria. Em 2018, o país tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capita inferior a 145 reais, ou 1,9 dólares por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de pobreza extrema. Esse número é equivalente a 6,5% dos brasileiros e maior que a população de países como Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira 6 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2014, 4,5% dos brasileiros viviam abaixo da linha de extrema pobreza. Em 2018, esse porcentual subiu ao patamar recorde de 6,5%. Em quatro anos de piora na pobreza extrema, mais 4 milhões de brasileiros passaram a viver na miséria. Antes de 2012, o recorde de pessoas em situação de extrema pobreza havia sido registrado em 2012, com 5,8% dos brasileiros vivendo nesta situação.
Boeing: ‘se soubéssemos, teríamos aterrissado os aviões’
O CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, reconheceu publicamente nesta quarta-feira 6 que, se tivesse antes toda a informação que possui agora, a empresa teriam retirado de circulação os modelos 737 MAX depois do primeiro acidente, o que teria evitado o segundo. Em outubro de 2018, um 737 MAX 8 da companhia aérea indonésia Lion Air caiu, causando a morte de 189 pessoas, incluindo todos os passageiros e a tripulação. Cinco meses depois, uma aeronave do mesmo modelo da Ethiopian Airlines se acidentou em circunstâncias similares, deixando 157 mortos. Desde então, todos os 737 MAX 8 foram retirados de circulação, causando uma grave crise de confiança, e levou a Boeing a tentar melhorar o software do avião para receber as atualizações necessárias para continuar voando. “Se soubéssemos de tudo desde aquela época, teríamos aterrissado os aviões depois do primeiro acidente”, disse Muilenburg.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, iniciou sua campanha eleitoral nesta quarta-feira prometendo “finalizar o Brexit“, em contraste com seu principal rival, o trabalhista Jeremy Corbyn. Os britânicos irão às urnas depois que o Parlamento concordou com uma eleição antecipada na esperança de encerrar três anos de profundo desentendimento a respeito da saída do país da União Europeia. “Não quero uma eleição. Nenhum primeiro-ministro quer uma eleição antecipada, especialmente em dezembro”, escreveu Johnson em um artigo para o jornal Daily Telegraph. “Mas tal como as coisas estão, simplesmente não temos escolha — porque é só finalizando o Brexit nas próximas semanas que podemos nos concentrar em todas as prioridades do povo britânico”, completou.
Piñera lança renda mínima no Chile
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, assinou nesta quarta-feira 6 um projeto de lei que estabelece uma renda mínima para trabalhadores, no valor de 350.000 pesos (cerca de 1.800 reais), uma das medidas da agenda lançada pelo governo em resposta à crise social. O subsídio estatal beneficiará 540.000 trabalhadores vulneráveis cujos salários excedem o salário mínimo (301.000 pesos, cerca de 1.600 reais), mas não chegam a 350.000 pesos. “Quase todos os beneficiários desse subsídio estatal trabalham em pequenas e médias empresas”, disse Piñera, em uma cerimônia na sede do governo, destacando que essa medida terá um custo de 190 bilhões de pesos (cerca de 1 bilhão de reais) no primeiro ano. “Com isso estamos respondendo com fatos e não apenas com boas intenções ao que as pessoas exigiram com tanta força”, afirmou Piñera.
Faltando pouco menos de um ano para a eleição presidencial nos Estados Unidos, Donald Trump sofreu duas duras derrotas nesta terça-feira 5, quando quatro estados foram às urnas para definir seus novos governadores ou renovar seu poder Legislativo. O governador republicano de Kentucky, Matt Bevin, perdeu por uma pequena margem para o democrata Andy Beshar e não conseguiu a reeleição. Apoiador convicto de Trump, Bevin fez seu último comício antes do pleito com a presença do próprio presidente. Na Virgínia, os democratas conquistaram a maioria em ambas as Casas do Legislativo pela primeira vez em 26 anos. Em Nova Jersey, a contagem dos votos ainda não terminou, mas ao que tudo indica os democratas manterão sua grande maioria na Câmara Estadual. A única grande vitória dos republicanos foi registrada no Mississippi, onde o governador republicano Tate Reeves foi reeleito.