MICHEL TEMER E RODRIGO MAIA: os dois se reúnem na terça-feira com Renan Calheiros para discutir a reforma política / Ueslei Marcelino/ Reuters
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2016 às 05h58.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.
Não é exatamente hora para descanso. Pelo menos no governo. A partir desta sexta-feira, a Câmara inicia seu “recesso branco”. O trabalho visível, nas sessões e votações, dará lugar a muitos acordos nos bastidores. Após uma eleição na qual o governo interveio para garantir a vitória de Rodrigo Maia, do DEM, há muitas arestas a serem aparadas.
Como manda a cartilha de Brasília, Temer deve costurar, nos próximos dias, a nomeação de cargos que estavam travados nas estatais para aplacar os ressentidos. O plano, conforme Michel Temer revelou ao jornal O Estado de S. Paulo, é chegar agosto sem cicatrizes — e com o Centrão, um bloco que reúne 230 deputados de 13 partidos, desidratado.
O bloco sai outro após o pleito. O PR, com 43 deputados, votou a favor de Maia. O PP, com 49 parlamentares e dono do Ministério da Saúde, manteve-se com Rogério Rosso, mas alguns de seus representantes ajudaram Maia.
Como em política, tal qual na física, não existe vácuo, PSDB e DEM devem ocupar esse espaço. Para o DEM, especificamente, o resultado é um grande triunfo. Há anos, o partido vinha murchando e perdendo projeção. A derrota de Marcelo Castro mostra que o PT precisa se repensar para voltar a ser forte na Câmara.
Temer e Maia não têm muito tempo a perder por causa de uma agenda apertada. A partir de agosto, haverá a votação que deve ratificar o impeachment, os Jogos Olímpicos, as eleições municipais. Temer passará o final de semana em São Paulo, sem agenda. Na terça-feira, se reúne com Maia e o presidente do Senado, Renan Calheiros, e já começa sua nova fase de articulação.