Vista geral do Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2015 às 23h01.
A redução da nota de crédito do Brasil de BB+ para BBB- anunciada hoje (9) pela agência de classificação de riscos Standard & Poor’s dividiu os líderes partidários na Câmara dos Deputados.
A oposição responsabilizou o governo Dilma Rousseff pela queda no grau de investimentos externos no Brasil.
Já o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que os investimentos externos no Brasil tiveram período promissor nos anos do governo da presidente.
“Exatamente nesses anos do governo Dilma é que os investimentos externos tiveram um período promissor. Mesmo com o rebaixamento, ainda é maior que no inicio do governo Lula e muito maior que no período de FHC, quando o Brasil não tinha a menor credibilidade no exterior”, acrescentou Guimarães.
Segundo ele, é preciso encarar isso com a mais absoluta naturalidade. “Isso faz é aumentar nossa responsabilidade na busca da solução dessa travessia que estamos enfrentando.”
De acordo com o líder governista, o Brasil é governado com responsabilidade. “Estamos buscando equilibrar o Orçamento para dar a volta por cima”. “Temos de encarar isso com a maior tranquilidade. A pressa é para retomar o crescimento da economia brasileira”, afirmou Guimarães.
Para o líder, os investidores continuarão investindo aqui, “porque o Brasil é um país emergente, é uma economia global e vai continuar recebendo investimentos externos”.
Líder do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (SP) disse que o rebaixamento da nota do Brasil “é uma tragédia anunciada”. “A presidente Dilma simplesmente ignorou todos os alertas da oposição e de especialistas sobre o agravamento da crise. Posou de arrogante e preferiu buscar culpados, em vez de apresentar soluções. A perda do grau de investimento coroa o fracasso do governo, que não tem uma política econômica, não tem rumo e não tem mais jeito.”
Segundo Carlos Sampaio, a imagem do Brasil já está abalada pela repercussão do escândalo do “Petrolão”. “No momento em que o país enfrenta uma recessão sem precedentes, com o pior resultado na geração de empregos formais dos últimos 15 anos, a perda do selo de bom pagador é um banho de água fria nos investimentos, imprescindíveis para a retomada do crescimento.”
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o rebaixamento do grau de investimento do Brasil significará mais ônus para o povo, com maior recessão e mais desemprego. “A gente tem de caracterizar isso como uma sentença da ingovernabilidade e da incapacidade da presidente Dilma de comandar os destinos do Brasil. É a decretação da ingovernabilidade absoluta".