Jair Bolsonaro: presidente disse que o "voo particular" de Santini era "inadmissível" (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 12h16.
Última atualização em 30 de janeiro de 2020 às 12h57.
Brasília — Em 12 horas, a reação negativa nas redes sociais forçou o presidente Jair Bolsonaro a recuar da recontratação do assessor da Casa Civil Vicente Santini, depois de demiti-lo publicamente por ter utilizado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir à Europa e à Ásia.
Ainda na tarde desta quarta-feira, 29, com a portaria da demissão do cargo de secretário executivo da Casa Civil já publicada, Bolsonaro demonstrava indignação com a atitude de Santini e insistia em mantê-lo afastado do governo.
Para interlocutores do presidente, a nomeação de Santini em um novo cargo no mesmo dia em que sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União levanta questionamentos, pois contraria o discurso do próprio presidente da véspera. Na ocasião, ao retornar de viagem à Índia, Bolsonaro disse que o "voo particular" de Santini era "inadmissível". "O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica", disse Bolsonaro na quarta.
Mas o presidente cedeu ao apelo de seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o "03", e autorizou a recondução de Santini a outro cargo, desta vez de assessor, mas também na Casa Civil, de Onyx Lorenzoni. Além de Eduardo, Santini contou ainda com o apoio do assessor especial para assuntos internacionais, Filipe Martins.
Eduardo, Filipe e Vicente têm formado um trio que marca presença constante em viagens internacionais de Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) também é próximo ao assessor que chegou a ser readmitido no governo.
Na primeira função, como secretário executivo, Santini recebia R$ 17.327,6. Na nova, cuja admissão será agora revogada, segundo o presidente, ele receberia R$ 16.944,90.