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Reabertura da Estação da Luz preocupa passageiros

As plataformas 1, 2 e 3 foram liberadas, mas não há previsão para entrega da entrada 4

Museu da Língua portuguesa: teto da unidade ficou todo destruído pelo fogo  (Agência Brasil)

Museu da Língua portuguesa: teto da unidade ficou todo destruído pelo fogo (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2016 às 09h38.

Por Juliana Diógenes

São Paulo - A reabertura parcial da Estação da Luz, no centro da capital, confundiu e preocupou turistas e passageiros nesta quinta-feira (31), no primeiro dia de funcionamento depois do incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa e fechou o prédio por dez dias. As plataformas 1, 2 e 3 foram liberadas, mas não há previsão para entrega da entrada 4, principal acesso à estação, porque as obras de reparo continuam. Cerca de 300 mil pessoas passam pelo local diariamente.

Os artistas plásticos Aguinaldo Santos, de 46 anos, e Emília Diniz, de 34, ficaram surpresos com a abertura de parte da estação. "Achei que seria mais demorado, pelo desastre que foi. Mas é arriscado andar de trem desse jeito. Poderiam ter finalizado (a reforma) antes de entregar", opinou Santos.

O casal aproveitou o último dia do ano para fazer compras na Rua José Paulino e se perdeu dentro da estação tentando localizar a melhor saída. "Não foi fácil. Demos uma volta enorme. Passamos um tempão procurando a saída mais próxima da José Paulino. Perguntamos para dois guardas e um deles informou errado", lamentou Emília.

A estudante de Direito Amanda dos Santos, de 18 anos, estava informada sobre a reabertura parcial e, por isso, já sabia quais saídas podia usar. Mesmo assim, estava receosa de descer do trem na Luz. "Acho que deveriam ter feito a reforma total antes de liberar (a estação)."

Nesta quinta-feira, a jovem precisou descer na Luz para encontrar o namorado, mas já adiantou que no trajeto para o trabalho vai evitar o uso dos trens enquanto as obras de reparo dos danos do incêndio são feitas. "Vou continuar utilizando o metrô para me locomover, mesmo demorando mais no percurso."

Aval

A liberação da estação foi anunciada na quarta-feira (30) pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, que recebeu aval da Defesa Civil, órgão da Prefeitura, de que não há mais riscos. Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estiveram no local na última semana e constataram que, após as últimas obras de escoramento, a circulação está segura.

Mesmo com os laudos permitindo a liberação, a professora de Filosofia Carla Autuori, de 51 anos, que está em São Paulo vinda de Porto Alegre, ficou desconfiada. "É um risco muito grande. Vai que dá uma 'zica'? Seria um azar enorme. Você quer arriscar andar de trem antes da conclusão da reforma?", questionou à reportagem.

Já o economista Alexandre Wilton dos Santos, de 44 anos, disse que se sente seguro, por confiar nas instituições envolvidas na operação. "Os técnicos são competentes. Está bem cuidado. Risco maior a gente sofre na rua com os assaltos."

A atendente Rayssa Dias da Cruz, de 19 anos, que pegou o trem e desceu na Estação da Luz, reclamou da demora das composições. "Está bem lento o tráfego. Hoje (quinta-feira) é um dia tranquilo, porque a cidade está vazia, mas a lentidão pode prejudicar nos dias úteis."

Mudanças

Desde esta quinta-feira, estão liberadas três plataformas de embarque e desembarque. Os acessos à estação serão feitos pela Avenida Cásper Líbero e pela calçada da Pinacoteca, na Praça da Luz. Principal acesso à estação, a plataforma 4 permanecerá interditada por tempo indeterminado.

Além do IPT, técnicos da Defesa Civil também fizeram vistoria e liberaram "com ressalvas" os três acessos. Em nota, o órgão informou que reavaliará "as condições assim que o tráfego ferroviário for restabelecido".

O incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa e a Estação da Luz aconteceu no dia 21 de dezembro. Uma das hipóteses levantadas para o início do fogo foi um curto-circuito após troca de uma luminária do museu.

O brigadista local Ronaldo Pereira da Cruz morreu durante o combate às chamas, que contou com 60 viaturas e 120 homens do Corpo de Bombeiros. "Tive um pouco de dificuldade para encontrar a saída da Rua José Paulino porque, quando venho a São Paulo, costumo usar o acesso principal. Mas os agentes me ajudaram." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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