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Reabertura da economia não será para Grande São Paulo, diz Meirelles

Nesta segunda-feira, o governador João Doria disse que a flexibilização da quarentena no estado acontecerá por regiões

Henrique Meirelles: "Vamos começar pelo oeste do Estado, em cidades com menor densidade e maior capacidade de atendimento hospitalar." (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Henrique Meirelles: "Vamos começar pelo oeste do Estado, em cidades com menor densidade e maior capacidade de atendimento hospitalar." (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2020 às 18h05.

O secretário da Fazenda e do Planejamento do Estado de São Paulo Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira, 25, que o governo estadual "não está para anunciar" uma reabertura da economia na Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo ele, o que há, por enquanto, é o plano de iniciar uma reabertura gradual no interior de São Paulo a partir do dia 1º de junho, na semana que vem.

"Vamos começar pelo oeste do Estado, em cidades com menor densidade e maior capacidade de atendimento hospitalar. Na região metropolitana, a reabertura vai depender da evolução dos casos e da capacidade hospitalar", disse o secretário, que afirmou que o preenchimento dos leitos na região metropolitana é de 91%, "um número preocupante".

Meirelles disse também que a reabertura da economia, no interior não será igual para todos os setores. "Estamos com grupos de trabalho que estão desenvolvendo protocolos para cada setor", afirmou o secretário.

Nesta segunda-feira, o governador João Doria disse que a flexibilização da quarentena no estado acontecerá por regiões.

Queda de 7% no PIB

O secretário afirmou ainda que trabalha com um cenário no qual o PIB brasileiro terá queda de 7% em 2020, maior que a estimada pela mediana das previsões do boletim Focus, de 5,89%. Segundo ele, o Estado de São Paulo deverá ter retração semelhante, com recuo esperado de 30% na arrecadação de impostos em maio e junho.

"Esperamos que a recuperação da economia tenha início até o fim do ano, mas só vamos atingir mais à frente o nível de atividade que estávamos antes da crise, o que vai depender da velocidade da recuperação, que é pouco previsível, por causa da pandemia", disse o secretário, que foi presidente do Banco Central nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministro da Fazenda na gestão de Michel Temer (MDB).

Socorro emergencial

Meirelles afirmou ainda que, diante de uma perda de 30% prevista na arrecadação de São Paulo entre maio e junho, o projeto de socorro emergencial do governo federal evita o déficit de caixa do Estado.

"Isso alivia um pouco a situação, mas evita o déficit de caixa do estado. Não resolve o problema. Então, o Estado, de fato, tem que fazer controle rígido de despesas e da arrecadação", afirmou Meirelles, ao comentar o socorro de R$ 60 bilhões que a União deve liberar a Estados e municípios, numa live promovida pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham).

O secretário acrescentou que quarta-feira é o último dia para a sanção do projeto pelo presidente Jair Bolsonaro. "Dia 27 é o prazo legal para sanção. Se não sancionar, existe a sanção tácita ou promulgação pelo presidente da Câmara ou, se ele não fizer, pelo presidente do Senado", comentou Meirelles.

BC

O secretário da Fazenda e do Planejamento do Estado de São Paulo afirmou que a atuação do Banco Central durante a pandemia do novo coronavírus "está na direção correta" e "pode ir um pouco mais fortemente" na política monetária. "Tem espaço para queda de taxa de juros", disse.

Meirelles reiterou que o BC trabalha para perseguir a meta de inflação e que as expectativas do mercado indicam que o IPCA deve ficar em torno de 2% em 2020 ou abaixo disso. "Se a inflação começar a subir, o BC vai, evidentemente, levando em conta os modelos e projeções, ter uma ação de política monetária para a inflação atingir a meta", afirmou.

O secretário ressaltou que a política monetária é, essencialmente, um trabalho de curto prazo e disse que o BC tem a calibragem da economia nas mãos. "Se a economia cai, o BC tem de incentivar. Se houver superaquecimento, ou, antes disso, as projeções de inflação começarem a subir, o BC faz a política de contenção", disse.

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