Vladir Raupp: de acordo com a denúncia, o parlamentar é acusado de receber R$ 500 mil em doações eleitorais da empreiteira Queiroz Galvão (Marcello Casal Jr/ABr)
Agência Brasil
Publicado em 7 de março de 2017 às 21h40.
Após ter sido transformado em réu pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse hoje (7), por meio de nota, que as contribuições para sua campanha não podem ser consideradas como ilícitas.
"Respeito a decisão dos ministros da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida nesta data. No entanto, continuo a acreditar que contribuição oficial de campanha devidamente declarada não pode ser considerada como indício e/ou prova de ilicitude".
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Raupp de ter cometido os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A peça tem como base um dos inquéritos da Operação Lava Jato.
De acordo com a denúncia, o parlamentar é acusado de receber R$ 500 mil em doações eleitorais da empreiteira Queiroz Galvão, investigada na Lava Jato. Para os investigadores, o valor tem origem em desvios de contratos da Petrobras.
Na nota, o senador diz que as contribuições relativas à campanha de 2010 foram feitas diretamente ao seu partido.
"Esclareço também que as contribuições da campanha de 2010, que são objeto da causa, foram feitas diretamente ao Diretório Regional do PMDB do Estado de Rondônia, tendo sido as contas aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RO)", disse.
Segundo a investigação, o dinheiro teria sido solicitado ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e operacionalizado pelo doleiro Alberto Yousseff.
Para a PGR, o recebimento dos valores contou com a participação de Pedro Roberto Rocha e Maria Cléia Santos, dois assessores do senador, que também se tornaram réus. Raupp disse que durante a instrução do processo "a defesa terá oportunidade de provar suas teses que, certamente, levarão à conclusão da legalidade das contribuições".