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Ramagem deixa PF após prestar depoimento sobre suposta tentativa de golpe para impedir posse de Lula

Deputado federal comandou a Abin no governo Bolsonaro

Alexandre Ramagem: depoimento à PF em investigação de tentativa de golpe (Agência Câmara/Flickr)

Alexandre Ramagem: depoimento à PF em investigação de tentativa de golpe (Agência Câmara/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 5 de novembro de 2024 às 20h41.

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O deputado federal Alexandre Ramagem deixou a sede da Polícia Federal, em Brasília, na tarde desta terça-feira, 5, após prestar depoimento no inquérito que investiga a tentativa de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de 2023. Ele deixou o local por volta das 16h40, após cerca de 2h40 de depoimento.

Ramagem, ex-delegado da Polícia Federal e candidato derrotado a prefeito do Rio, também foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e um dos principais homens de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A investigação, que está próxima de ser concluída, tem Bolsonaro como um dos principais investigados. O depoimento de Ramagem ocorreu às 14h, e essa etapa de depoimentos representa uma das últimas fases do procedimento.

Expectativas para indiciamento

Segundo a coluna de Lauro Jardim, é provável que Ramagem seja um dos indiciados no inquérito, além do ex-presidente. Procurado, o deputado não quis se manifestar sobre o caso.

Além dessa investigação, Ramagem também está envolvido em outro inquérito, que apura se a Abin, sob sua liderança, foi usada para monitoramento ilegal de desafetos do governo Bolsonaro. Informações de ambos os inquéritos foram compartilhadas entre as equipes de investigação.

Mobilização de órgãos federais

A principal linha de investigação da Polícia Federal (PF) indica que diversos órgãos do governo passado foram mobilizados para interferir na posse de Lula, entre eles setores da Abin, Polícia Rodoviária Federal, Palácio do Planalto e das Forças Armadas.

Uma das principais provas apontadas pela PF é a discussão de uma minuta golpista em reuniões realizadas nos Palácios do Planalto e da Alvorada, no fim de 2022. De acordo com a PF, Bolsonaro teria convocado comandantes das Forças Armadas para discutir a aplicação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e de sítio, com o objetivo de impedir a transmissão do cargo ao presidente eleito Lula. Conforme revelado nas investigações, os chefes do Exército e da Aeronáutica se manifestaram contra o plano.

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