Bolsonaro e Trump: relação política próxima é destaque na nova controvérsia judicial (Alan Santos/PR/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 17h22.
Última atualização em 13 de janeiro de 2025 às 17h31.
O e-mail com o pedido para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viajar aos Estados Unidos e participar da posse de Donald Trump, marcada para a próxima segunda-feira, foi enviado por um domínio do site oficial da organização do evento. No último sábado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a defesa de Bolsonaro comprovar a origem da mensagem.
O convite, enviado pelo endereço @t47inaugural.com – vinculado ao site da posse de Trump –, foi direcionado ao e-mail pessoal de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, às 0h46 da última quinta-feira.
“Em nome do presidente eleito Trump, gostaríamos de convidar o presidente Bolsonaro e um convidado para a cerimônia de posse do presidente eleito Trump e do vice-presidente eleito Vance na segunda-feira, 20 de janeiro, em Washington, DC. Além disso, gostaríamos de estender um convite ao presidente Bolsonaro e um convidado para comparecer ao Starlight Inaugural Ball na noite de 20 de janeiro”, dizem as mensagens.
Apesar de o convite ser associado ao site oficial do evento, Moraes exigiu comprovações adicionais antes de autorizar a viagem. A defesa de Bolsonaro anexou duas cópias do e-mail, uma com mensagem em inglês e outra em português. No entanto, o ministro apontou que as mensagens não incluíam informações detalhadas, como horários e a programação completa.
“O pedido não veio devidamente instruído com os documentos necessários, uma vez que, a mensagem foi enviada para o e-mail do deputado Eduardo Bolsonaro por um endereço não identificado: 'info@t47inaugural.com info@t47inaugural.com' e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”, afirmou Moraes.
Após o complemento das informações, Moraes enviará o pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR), para manifestação sobre a solicitação.
Para sair do Brasil, Bolsonaro precisa de autorização judicial, já que teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024. A medida ocorreu durante uma operação que investiga uma suposta tentativa de **golpe de Estado** para mantê-lo no poder por meio de uma minuta golpista.
As investigações levaram ao indiciamento de Bolsonaro por crimes como:
As penas somadas podem alcançar até 28 anos de prisão. Jair Bolsonaro e Donald Trump mantêm uma relação de proximidade, sendo ambos presidentes contemporâneos entre 2019 e 2021.
Possibilidade de autorização é remota
Aliados de Bolsonaro são pessimistas quanto à autorização de Moraes para a viagem. Segundo revelou a colunista Malu Gaspar, o cenário é desfavorável:
“As chances são nulas. Não há fatos novos e Moraes já negou o pedido para Bolsonaro ir a Israel (convite do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no ano passado). Negou exatamente um pedido similar com os mesmos argumentos”, afirmou um integrante do PL.
Outro aliado ironizou: “Sem chance. É mais fácil o Sargento García prender o Zorro.”
A defesa de Bolsonaro argumenta que o evento tem “magnitude histórica” e defende que o diálogo com líderes globais é essencial para as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Além disso, afirmam que a viagem não comprometerá as investigações em curso.