Aécio: nesta terça-feira, o STF julga ação que pode tornar réu por corrupção passiva e obstrução de Justiça o senador tucano (Marri Nogueira/Agência Senado/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de abril de 2018 às 09h56.
Última atualização em 17 de abril de 2018 às 09h57.
São Paulo - O deputado Nilson Leitão, líder da bancada do PSDB na Câmara, disse na manhã desta terça-feira, 17, em entrevista à Rádio Eldorado, que espera que a Justiça funcione para todos, quando indagado sobre o julgamento de hoje, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), da ação que pode tornar réu por corrupção passiva e obstrução de Justiça o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-presidente nacional da sigla.
Na avaliação do líder tucano, Aécio explicou a situação em que é acusado pela PGR, "de forma ética e não de forma antirrepublicana", como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso há cerca de dez dias em Curitiba.
Fazendo coro a Aécio, Nilson Leitão argumentou que o empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, gravou "todo mundo de forma dissimulada e sorrateira" e o correligionário assumiu seus erros.
O senador tucano se defendeu, dizendo estar arrependido de ter usado um vocabulário inadequado, na gravação em que aparece pedindo R$ 2 milhões a Joesley. Disse ainda que o dinheiro foi resultado de um empréstimo "impróprio", que cometeu um erro e foi ingênuo, vítima de uma armação.
Para o deputado do PSDB, caso a Primeira Turma do STF torne Aécio réu, ele terá condições de se defender e, só então, "o partido irá avaliar essa nova situação".
Na entrevista, o líder tucano disse que seu partido não irá tomar nenhuma atitude porque vê "democracia funcionando". O deputado criticou o partido adversário e seu maior líder, destacando que eles agiram diferente, com "baderna, barulho, invasões" e Lula se portando como um semideus.
"No caso de Lula esperamos uma condenação de fato, até porque ele foi julgado em algumas instâncias, no caso do Aécio, é apenas o início de uma discussão jurídica."
O líder do PSDB na Câmara defendeu ainda o presidenciável da sigla, ex-governador Geraldo Alckmin, que é apontado em inquérito como suposto beneficiário de R$ 10,7 milhões da Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014, remetido para a Justiça Eleitoral. "Alckmin nunca foi envolvido na Lava Jato", frisou.