Brasil

Quem são os brasileiros envolvidos no Paradise Papers

A investigação revelou o nome de vários políticos e famosos mundiais com ativos em paraísos fiscais

 (Adriano Machado/Reuters Brazil)

(Adriano Machado/Reuters Brazil)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 15h50.

São Paulo – Ao menos quatro brasileiros estão entre os citados em um grande vazamento de informações que revelou o nome de vários políticos e famosos mundiais com ativos em paraísos fiscais.

A investigação, chamada de Paradise Papers, foi realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação, composto por 382 jornalistas de 96 veículos, que analisaram mais de 13,4 milhões de arquivos de paraísos fiscais. As informações do Brasil são do site Poder360.

Entre as pessoas citadas nos documentos, segundo o Consórcio, estão dois ministros do governo Michel Temer (PMDB), um político do Democratas e o empresário Jorge Paulo Lemann.

A legislação brasileira permite manter empresas offshores, desde que sejam declaradas e tributadas pela Receita Federal.  Ou seja, a menção dessas pessoas não significa que elas estejam envolvidas em irregularidades.

Veja quem são os brasileiros citados no Paradise Papers:

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda: A investigação revelou que, desde 2002, o ministro usa um fundo chamado Sabedoria Foundation, nas Bermudas, para gerir sua herança. De acordo com os documentos, o fundo foi aberto a partir de uma doação de 10 mil dólares realizada por Meirelles. O ministro disse ao Poder360 que a offshore está devidamente registrada.

Blairo Maggi, ministro da Agricultura: O ministro da Agricultura é apontado como beneficiário final de uma companhia aberta nas Ilhas Cayman, em 2010, com a participação de uma de suas empresas e a holandesa Louis Dreyfus. Os advogados do ministro negaram ao Poder360 que ele tenha recebido qualquer valor diretamente da offshore, mas admitiram que Maggi é um beneficiário indireto da empresa.

Jorge Paulo Lemann: Segundo a reportagem, Lemann, o homem mais rico do Brasil, e seus sócios estão ligados a pelo menos 20 empresas abertas em países que cobram pouco ou nada de impostos, como Bermudas, Bahamas e Ilhas Cayman.  o Poder 360, Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles afirmaram que mudaram sua residência fiscal para o exterior com a expansão de seus negócios. Eles disseram também que todos "os veículos são legais e que cumprem as regras em relação à divulgação de informações acerca desses investimentos".

Ricardo Barreto Franco, político do DEM: A investigação também mostrou que Ricardo Barreto Franco, primeiro suplente da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), usa uma offshore registrada no Caribe para investimentos. Segundo o Poder 360, o democrata e a irmã Adélia Barreto Franco Maranhão são os únicos acionistas da Guararapes Enterprises and Investments Ltd, registrada nas Bahamas. Ao portal, Barreto afirmou que a empresa foi criada para  “diversificar os investimentos” e que a operação foi também comunicada ao Banco Central; Ele não apresentou comprovantes.

 

 

Acompanhe tudo sobre:Henrique MeirellesParadise PapersParaísos fiscaisPolítica

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022