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Quem é Nísia Trindade, escolhida ministra da Saúde do governo Lula

Nísia Trindade, indicada para ministra da Saúde, foi um dos nomes anunciados pelo gabinete de transição para o futuro governo Lula nesta quinta-feira

Nísia Trindade: escolhida futura ministra da Saúde (Peter Ilicciev/Agência Brasil)

Nísia Trindade: escolhida futura ministra da Saúde (Peter Ilicciev/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 11h34.

Última atualização em 22 de dezembro de 2022 às 12h32.

A atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, foi escolhida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a pasta do Ministério da Saúde no próximo governo.

VEJA A LISTA COMPLETA: Nísia, Wellington Dias, Alckmin: quem são os ministros anunciados por Lula; veja lista

Trindade teve presença frequente nos debates sobre saúde no Brasil nos últimos anos, em meio ao trabalho da Fiocruz na produção de vacinas contra a covid-19.

Seu desafio à frente da saúde será grande, em uma pasta que foi alvo de críticas por sua gestão da pandemia - o atual ministro da Saúde no governo do presidente Jair Bolsonaro é o médico Marcelo Queiroga.

A futura ministra terá de lidar com problemas estruturais e momentâneos da saúde brasileira, como a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), fila de exames já existentes e pioradas na pandemia, orçamento necessário para melhoria dos serviços e relação com estados e prefeituras, entre outros.

Quem é Nísia Trindade

A cientista social Nísia Trindade se tornou em 2017 a primeira mandatária mulher da história da Fiocruz em 116 anos, um marco na história da instituição.

Trindade é doutora em Sociologia e mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Antes, se graduou em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Sua tese de doutorado, 'Um Sertão Chamado Brasil', conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj.

À frente da Fiocruz, foi uma das principais responsáveis pelo acordo internacional que trouxe ao Brasil a fabricação da vacina AstraZeneca/Oxford durante a pandemia da covid-19.

Nísia Trindade, presidente da Fiocruz: papel na articulação para produção das vacinas AstraZeneca no Brasil (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Em entrevista anterior em agosto, Trindade respondeu a perguntas da EXAME sobre o futuro da saúde no Brasil, como parte do aniversário de 55 anos da revista. Na edição, a cientista falou sobre os desafios que enxergava para o SUS e a capacidade do Brasil de ser referência em tecnologia de saúde, como ocorreu na produção das vacinas.

Trindade afirmou na ocasião que o Brasil teve avanços em saúde nas últimas décadas — das vacinações em massa nas quais o país se tornou referência à criação e desenvolvimento do SUS, que ela definiu como "marco civilizatório". Leia aqui a entrevista completa.

Ela argumentou também que o Brasil tem capacidade para se tornar um polo de produção de tecnologia em saúde, em um momento em que países buscam dinamizar suas cadeias de produção e suprimentos. "Hoje, países que não têm ciência forte e um sistema universal de saúde sólido não estarão preparados para enfrentar os desafios do futuro", disse Trindade na ocasião. "Essa é uma das maiores oportunidades para o Brasil entrar na quarta revolução tecnológica."

"Nesse momento de debate dos grandes desafios nacionais, uma agenda que articule os direitos sociais, o acesso universal à saúde, a ciência, a inovação e a produção local talvez seja a grande opção estratégica que permita sair da falsa separação entre economia, direitos sociais e sustentabilidade ambiental", disse a então presidente da Fiocruz. 

Trindade assumirá o cargo junto aos demais ministros escolhidos, após a posse do presidente eleito Lula em 1º de janeiro.

Acompanhe o anúncio de Lula ao vivo

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