Eduardo Cavaliere e o prefeito Eduardo Paes (Instagram/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 23 de julho de 2024 às 13h53.
Eduardo Cavaliere tinha 14 anos quando Eduardo Paes foi eleito prefeito do Rio pela primeira vez, em 2008. Hoje, é o nome mais cotado para assumir a vice da chapa à reeleição do xará, depois que o deputado federal Pedro Paulo pediu para não ser indicado. Aos 29, o deputado estadual pelo PSD de Paes virou homem de confiança rapidamente nos últimos anos, depois de ter trabalhado como ajudante de ordens na campanha dele ao governo do estado em 2018.
Formado no tradicional colégio Santo Agostinho, no Leblon, e em Direito pela FGV, Cavaliere exercia o cargo de secretário da Casa Civil da prefeitura, posto central para a administração pública, até o início de junho, limite determinado pela Justiça Eleitoral para políticos que pretendiam disputar as eleições deste ano. Foi exonerado justamente a fim de ser um “plano B” para Paes caso Pedro Paulo tivesse problemas no caminho — agora, a primeira opção do prefeito decidiu sair da disputa por causa da existência de um vídeo íntimo que poderia acarretar danos à vida pessoal e à campanha.
Depois de também participar da campanha municipal de 2020, quando Paes voltou ao comando da cidade, o jovem passou a ser prestigiado. Assumiu a pasta de Meio Ambiente, na qual ficou até abril de 2022, quando precisou se exonerar antes da eleição para deputado estadual. Foi eleito com 33,6 mil votos, mas logo no início do mandato pediu licença para assumir responsabilidades maiores na prefeitura: a Casa Civil.
O trabalho de Cavaliere na gestão é descrito por pessoas que o acompanham como duro, de intensas cobranças — perfil parecido com o de Paes, o que desperta a simpatia do prefeito. Enquanto alguns outros aliados dele são vistos como pessoas que não sabem dizer “não”, o ex-Casa Civil é o oposto, o que valorizou seu passe na definição da linha sucessória. Em suma, o jovem preenche duas características basilares para a escolha de Paes este ano: lealdade política e capacidade administrativa.
Apesar da confiança e da admiração do chefe por causa desse perfil, ele acumula insatisfações na classe política, sobretudo na Câmara Municipal. Reclamam que, a despeito de ocupar um cargo tão político quanto a Casa Civil, Cavaliere dava pouca atenção aos vereadores.
Esse tipo de reclamação desponta como um obstáculo nas fileiras do próprio PSD para a nomeação como vice. Mais ainda pela relevância que o posto assumiu este ano, dadas as chances altíssimas de Paes deixar o eventual novo mandato no meio para disputar o estado em 2026. Neste cenário, Cavaliere, que teria 31 anos na ocasião, viraria prefeito do Rio de Janeiro.