O senador Major Olímpio com seus suplentes, o empresário Alexandre Giordano e o agora ministro Marcos Pontes, no dia da diplomação da chapa eleita em 2018 (Reprodução/Agência Pública)
Victor Sena
Publicado em 18 de março de 2021 às 16h53.
Última atualização em 18 de março de 2021 às 22h21.
A vaga ocupada pelo senador Major Olímpio deve ser preenchida por Alexandre Giordano, amigo antigo do político, que morreu nesta quinta-feira devido a complicações da covid-19.
Giordano foi escolhido para a suplência, de acordo com Olímpio ainda em vida, porque ele se colocou à disposição do PSL para auxiliar na organização do diretório paulista à época das eleições de 2018.
Segundo reportagem da agência Pública em 2019, o empresário era amigo próximo de Olimpio. Em 2017, Olimpio tentou nomeá-lo secretário parlamentar na Câmara, quando era deputado federal, então pelo Solidariedade.
Alexandre Giordano foi diplomado na vaga do senado do estado de São Paulo junto a Marcos Pontes, que é o segundo suplente, após as eleições de 2018. Hoje, Marcos Pontes é ministro de Ciência e Tecnologia.
Giordano entrou em evidência no noticiário quando teve seu nome exposto pela imprensa paraguaia no final de julho de 2019. O jornal paraguaio ABC Color revelou que o empresário fez ao menos duas viagens ao Paraguai, em abril e em junho daquele ano, para negociar às escuras a compra de energia excedente da usina hidrelétrica de Itaipu.
Mas a nomeação foi desfeita um mês depois. Segundo disse Olimpio à Pública na ocasião, Giornado não chegou a exercer o cargo porque teria de se desfazer de suas empresas para cumprir regulamento da Câmara.
“Eu quis levá-lo já para trabalhar comigo, mas aí acabou não dando certo porque ele teria que fazer a transferência de empresa do nome dele para isso. Ele não poderia estar como funcionário ali e estar oficialmente com cargo executivo", disse à Pública.
Na reportagem, Olimpio descreveu Giordano como “empresário bem-sucedido”, embora tenha dito que não sabia exatamente quais eram os negócios do amigo.
“Eu sei que ele trabalha fazendo estruturas metálicas para poste, com lixo e esses ‘trecos’ todos. Mas não sou sócio dos negócios dele e ele não é sócio do meu mandato", disse o senador em 2019. "Ele só vai ser senador se eu morrer ou renunciar; e eu não estou pretendendo nenhuma das duas coisas."
Giordano tinha ao menos 1,5 milhão de reais em bens declarados ao Tribunal Superior Eleitoral na campanha de 2018.
Não está claro se as complicações podem impedir Giordano de assumir a cadeira no Senado. Caso a situação se concretize, Marcos Pontes deve ocupar a cadeira de senador pelo estado.