Para realizar o estudo, que descobriu a relação entre a microcefalia e o vírus da zika, Celina entrou em contato com cientistas de todo o mundo para pedir ajuda (Fiocruz Pernambuco/Reprodução)
Valéria Bretas
Publicado em 20 de abril de 2017 às 17h00.
Última atualização em 20 de abril de 2017 às 18h01.
São Paulo – A revista americana Time divulgou nesta quinta-feira, dia 20, a tradicional lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, com líderes mundiais, atletas, empresários entre outros. Dois brasileiros foram citados na edição de 2017: o jogador de futebol Neymar e a cientista Celina Turchi.
Mas, afinal, quem é a única brasileira que garantiu o título deste ano?
Celina é pesquisadora da Fundação Osvaldo Cruz de Pernambuco e exerceu papel fundamental na descoberta que relacionou casos de microcefalia em bebês com a epidemia de Zika vírus.
Para fazer o estudo, a pesquisadora mobilizou uma força-tarefa composta por epidemiologistas, especialistas em doenças infecciosas, pediatras, neurologistas e biólogos.
Por sua iniciativa científica, Celina foi eleita pela revista britânica Nature como uma das 10 cientistas mais importantes de 2016.
“Os estudos de Turchi faziam parte de uma investigação de emergência que acabou provando que o vírus da Zika realmente causa a microcefalia - algo que muitos céticos duvidavam”, diz o cientista Tom Frieden, que escreveu o perfil de Celina publicado na revista Time.
“Nem no meu pior pesadelo eu imaginei uma epidemia de microcefalia em bebês”, afirmou a pesquisadora em entrevista à Nature.
Segundo Celina, o trabalho foi um desafio por não haver testes confiáveis sobre o vírus e nenhum consenso em relação à definição de microcefalia.
O texto da Time apresenta a cientista brasileira como uma profissional "apaixonada, focada e um modelo de liderança e colaboração global necessárias para proteger a saúde humana".