Bolsonaro e Maia: presidente da República e da Câmara estão em falta de sintonia (Luis Macedo/Lower House of Congress/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de abril de 2019 às 06h16.
São Paulo — O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira, 15, que ter sido chamado de "primeiro-ministro" foi um elogio, mas que não condiz com a verdade.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse que Maia é o primeiro-ministro do país.
"Delegado Waldir é meu amigo, sei que ele colocou como um elogio. Mas a gente tem de colocar as coisas no lugar para não desorganizar o que é o sistema democrático, o sistema presidencialista brasileiro", disse a jornalistas, após participar de reunião com empresários e conselheiros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para Maia, quem comanda a agenda de aprovação de matérias importantes é o presidente da República. "Se a gente suprimir a responsabilidade dele, transferir para outros, pode correr o risco de não ter a (reforma da) Previdência aprovada, a tributária aprovada", disse.
Maia e o clã Bolsonaro protagonizaram atritos neste início de governo, devido à articulação dos projetos formulados pelo Executivo na Câmara. Maia havia definido que não seria viável encaminhar simultaneamente as propostas da reforma da Previdência, do ministro da Economia Paulo Guedes, e do projeto anticrime, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Após Maia criticar Moro por cobranças, Bolsonaro e seu filho, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC) chegaram a verbalizar criticas indiretas ao presidente da Câmara através das redes sociais e em afirmações públicas. Maia também criticou Bolsonaro por falta de articulação no Congresso. O conflito foi apaziguado após encontro entre Maia e Moro, quando afirmaram que chegaram a um acordo.