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Queiroga e diretor da Anvisa prestam depoimento à CPI nesta quinta

Senadores vão pedir dados detalhados sobre as negociações com farmacêuticas, eventuais negativas do governo na compra de vacinas, plano de vacinação e perspectivas para os próximos meses

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
 (Tony Winston/MS/Flickr)

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (Tony Winston/MS/Flickr)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 6 de maio de 2021 às 06h00.

Última atualização em 6 de maio de 2021 às 06h04.

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, prestam depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira, 6. Os dois devem ser questionados sobre os processos para aquisição de vacinas, a eficiência do governo em consegui-las, entre outros assuntos.

No caso de Queiroga, que chefia o Ministério da Saúde desde 23 de março deste ano, os questionamentos devem ser incisivos em relação ao cumprimento de metas de vacinação. Os senadores vão pedir dados detalhados sobre as negociações com farmacêuticas, eventuais negativas do governo na compra de vacinas, plano de vacinação e perspectivas para os próximos meses.

Os integrantes da comissão também devem apontar a demora na chegada de lotes de vacinas em alguns municípios observada recentemente, o que gerou problemas como atraso na aplicação da segunda dose da Coronavac. Devem perguntar ainda o que o Ministério da Saúde tem feito desde março em relação a campanhas publicitárias que alertem a população sobre o coronavírus e sobre medidas de isolamento social.

Também há dúvidas sobre o protocolo de tratamento da covid-19 e como a pasta lida com a postura negacionista do Planalto. Senadores da CPI querem saber se Queiroga, assim como foi relatado por ex-ministros, também precisa lidar com a insistência do presidente Jair Bolsonaro na recomendação de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina, e qual tem sido o posicionamento do ministério nesse cenário.

Já Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, deve falar sobre o processo de liberação de vacinas. Um dos assuntos de destaque será a recente negativa do pedido de importação da Sputnik V. A Anvisa alega que faltavam dados sobre segurança e eficácia, mas o processo deve ser melhor explicado na CPI. Os senadores também vão perguntar se há interferência política na atuação da agência.

Os dois primeiros ministros da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, foram ouvidos na terça-feira, 4, e na quarta-feira, 5, respectivamente. Falta o ex-ministro Eduardo Pazuello, que iria à CPI na quarta-feira, mas remarcou alegando que teve contato com pessoas com sintomas de covid-19. Por isso, o depoimento foi remarcado para 19 de maio.

Agenda

A CPI aprovou requerimentos nesta quarta-feira, 5, para ouvir também o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten, ambos na semana que vem. Além deles, irão ao colegiado representantes de laboratórios farmacêuticos.

O depoimento de Wajngarten será na terça-feira, 11. Os senadores esperam esclarecimentos sobre negociações do governo com a Pfizer para a compra de imunizantes. Em recente entrevista à revista Veja, o ex-secretário afirmou que o Ministério da Saúde agiu com "incompetência" e "ineficiência" durante as tratativas com a farmacêutica, que ofereceu 70 milhões de doses ao governo no ano passado.

Araújo deve ser ouvido na quinta-feira, 13, mesma data em que a CPI receberá o presidente da farmacêutica União Química, Fernando de Castro. Com Araújo, os senadores querem analisar principalmente se as barreiras diplomáticas entre o Brasil e outros países, como China e Estados Unidos, durante a gestão dele, podem ter atrapalhado a aquisição de vacinas.

Na próxima terça-feira, além de Wajngarten, serão ouvidos dois representantes da Pfizer: a atual presidente, Marta Diéz, e o antecessor dela no cargo, Carlos Murillo. No dia seguinte, quarta-feira, 12, a CPI receberá o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.


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