Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes. (Geraldo Magela/Agência Senado)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 17 de março de 2021 às 12h25.
O futuro ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, disse, nesta quarta-feira, 17, que o distanciamento social ajuda a diminuir a circulação do coronavírus. A afirmação foi feita durante a cerimônia de entrega das primeiras 500 mil doses de vacina contra a covid-19 produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e vai no sentido contrário ao que o presidente Jair Bolsonaro vem dizendo desde o início da pandemia.
"Todas as políticas públicas colocadas no governo federal, são do governo federal. Estamos diante de uma doença nova e não tínhamos o conhecimento. As evidencias foram construídas ao longo do tempo. Todos sabemos da necessidade de ventilação dos pacientes mais graves, de políticas de distanciamento social próprias para diminuir a circulação do vírus. Vamos trabalhar para conseguir homogeneizar a conduta de assistência em todo o país", afirmou.
Na mesma entrevista estava o atual ministro, o general Eduardo Pazuello, que responsabilizou as novas variantes do Sars-Cov-2 pelo descontrole da epidemia no Brasil. Segundo o ministro, as novas variantes são mais contagiosas, o que estaria causando o aumento da mortalidade da doença.
"O coronavírus veio para ficar, vamos controlar a pandemia com vacinação e novos hábitos", afirmou Pazuello, em pronunciamento. "Nós mudaremos hábitos, vamos usar máscara, lavar as mãos, manter um grau de afastamento social. É necessário compreender isso. (O combate à pandemia) começa na conscientização de cada um, não na imposição do gestor. Cada brasileiro deve se conscientizar de seu papel."
Para o ministro, tais medidas preventivas devem ser suficientes para "evitar um grande número de mortos e continuar a vida na maior normalidade possível". "Vamos trabalhar, estudar, ensinar, treinar tropas, produzir, viver normalmente com cuidados preventivos. Essa é a nossa missão", afirmou.
Ainda de acordo com Pazuello, toda a estrutura para a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que dá autonomia quase total do Brasil fabricar um imunizante contra o coronavírus, está pronta. A partir de maio começam os testes para validar a produção e no segundo semestre o país deve se tornar autossuficiente.