(Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 13 de agosto de 2024 às 11h04.
Última atualização em 13 de agosto de 2024 às 11h07.
A queda de um avião da Voepass em Vinhedo (SP), na última sexta-feira, é o acidente aéreo mais fatal registrado no mundo em 2024, com 62 mortes, segundo o site Aviation Safety Network. A aeronave levava 57 passageiros e 4 tripulantes em um voo que saiu de Cascavel (PR) e tinha como destino o aeroporto de Guarulhos (SP).
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A aeronave despencou 13 mil pés (4.000 metros) quando faltavam cerca de 20 minutos para chegada ao destino. O avião caiu em um condomínio residencial e pegou fogo.
O site Aviation Safety Network também aponta que o segundo acidente mais fatal neste ano aconteceu no dia 24 de julho. Um avião CRJ-200, pertencente à Saurya Airlines, caiu logo após decolar de Katmandu, capital de Nepal. O voo deveria durar 20 minutos e tinha como destino a cidade de Pokhara, onde seriam feitos trabalhos de manutenção. Entre os dois tripulantes e 17 passageiros, apenas o piloto sobreviveu.
Em junho deste ano, o avião que transportava o vice-presidente do Maláui e outras nove pessoas desapareceu dos radares.O avião saiu da capital do país, Lilongwe, com destino ao Aeroporto Internacional de Mzuzu, mas sumiu enquanto sobrevoava uma área de mata. Os destroços foram encontrados em uma colina da Floresta de Chikangawa, informaram as autoridades.
A Voepass cancelou no fim de semana todos os voos da rota Fortaleza-Fernando de Noronha-Natal até o dia 31 de agosto, alegando o “contingenciamento da operação” após o trágico acidente de sexta-feira que levou à morte de 62 pessoas.
O avião que faz a rota, um turboélice ATR-42 com capacidade para 48 passageiros, modelo menor do que o que caiu em Valinhos (SP), apresentou uma série de problemas de manutenção que tem gerado grande apreensão na tripulação, segundo uma denúncia feita em fevereiro por um tripulante para a chefia superior. O funcionário relatou diversas avarias no avião, incluindo um rasgo no sistema de proteção contra congelamento da asa, justamente uma das possíveis causas que podem ter levado a uma perda de sustentação do ATR-72 que se acidentou.
Na denúncia, o tripulante relata que o avião — cuja matrícula é PR-PDS — fez desvios e curvas durante o voo e, ao perguntar o motivo, ouviu que era para desviar de áreas de formação de gelo. Fotos tiradas no dia da denúncia mostram que o sistema de descongelamento — uma borracha que protege a asa e infla para expelir o gelo em caso de formação de cristais — estava com dois rasgos e, portanto, inoperante, conforme pode se ver na imagem que acompanha esta reportagem.