Repórter de Negócios
Publicado em 10 de agosto de 2024 às 19h31.
Última atualização em 11 de agosto de 2024 às 11h05.
As forças de segurança e resgate do Governo de São Paulo informaram que o trabalho de remoção das vítimas do acidente com o avião da Voepass foi concluído no início da noite deste sábado, 10, às 18h30. A aeronave, modelo ATR-72, partiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) na tarde de sexta, 9, e caiu em Vinhedo, São Paulo. 58 passageiros e quatro tripulantes estavam a bordo. Não houve sobreviventes.
"Ao todo, 62 corpos, sendo 34 masculinos e 28 femininos, foram resgatados e encaminhados para a unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para a identificação e liberação às famílias", afirma o governo em nota à imprensa.
De acordo com o comunicado, até o momento 50 corpos foram enviados ao IML Central e o restante está a caminho do local. Apenas duas vítimas já foram identificadas. Até agora, 30 corpos foram necropsiados e radiografados.
A queda do avião ocorreu na tarde desta sexta, 9. De acordo com a TV Globo, a Polícia Militar foi acionada às 13h28 no bairro de Capela, próximo à rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324), e enviou equipes ao local. Em seguida, a Prefeitura de Valinhos confirmou que todas as pessoas a bordo da aeronave morreram.
As causas do acidente ainda serão investigadas. As caixas-pretas do avião da companhia Voepass, antiga Passaredo, chegaram neste sábado, 10, a Brasília, onde serão analisadas pela Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
O comandante do Voo 2283 da Voepass, Danilo Santos Romano, tinha apenas 35 anos e começou a carreira como co-piloto de A320 na Avianca. Depois de três anos na função, ele foi promovido a co-piloto do A330, que faz voos internacionais. Com a quebra da Avianca, ele foi para o exterior e chegou a trabalhar em uma empresa do Cazaquistão, a Air Astana.
Ele estava na Voepass há um ano e dez meses. Entrou como co-piloto e foi promovido a comandante em julho do ano passado. Em junho, ele concluiu uma pós-graduação latu sensu em gestão de segurança de voo na faculdade Unyleya.
A aeronave era do modelo ATR-72, tinha dez anos de uso e estava em situação regular. Documento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que ela foi fabricada em 2010 pela empresa franco-italiana Avions de Transport Régional (ATR) e estava arrendado para a Voepass desde 2022. No documento, aparece como proprietária da aeronave a empresa Wilmington Company, com sede em Delaware, nos Estados Unidos.
O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), brigadeiro Marcelo Moreno, disse nesta sexta-feira que foram encontrados os gravadores de voz e de dados da aeronave. Os equipamentos compõem a chamada "caixa-preta". Os investigadores do Cenipa localizaram os dispositivos no local do acidente e devem levá-lo ao laboratório em Brasília.
Ainda não se sabe. Apesar do tom cauteloso adotado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Aeronáutica, a formação de gelo nas asas da aeronave é uma linha forte de investigação dos militares. Isto causa distorção na aerodinâmica da asa, além de impor um excessivo aumento de peso, o que provoca a perda da sustentação e queda, disse uma fonte no órgão.
A Voepass afirma que afirmou que os sistemas da aeronave modelo ATR-72 estavam em funcionamento no momento da decolagem. A empresa vai enviar ao órgão o histórico de inspeção continuada da aeronave, o que pode ajudar na investigação.
O avião caiu cerca de quatro mil metros em apenas um minuto. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) ainda vai analisar as informações disponíveis para avaliar o que aconteceu. Essa perícia pode levar mais de um ano para trazer respostas.