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Quatro PMs são suspeitos de matar cinco jovens no Rio

Cinco jovens foram assassinados por policiais militares em Costa Barros, no Rio de Janeiro. A Polícia Civil confirmou a prisão em flagrante de quatro policiais


	Polícia Militar do Rio de Janeiro: quatro policiais foram presos, três deles por assassinato e todos por fraude processual
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Polícia Militar do Rio de Janeiro: quatro policiais foram presos, três deles por assassinato e todos por fraude processual (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2015 às 13h15.

Rio - Cinco jovens foram assassinados por policiais militares na noite deste sábado (28), em Costa Barros, zona norte do Rio de Janeiro. A Polícia Civil confirmou a prisão em flagrante de quatro policiais do 41º Batalhão de Polícia Militar (BPM, em Irajá), três deles pelos assassinatos e todos por fraude processual.

A Polícia Militar informou, em nota, que os policiais estão presos e "responderão perante a Justiça comum e perante a Justiça Militar".

Os jovens foram fuzilados no carro em que estavam, um Palio branco, cravejado com dezenas de tiros. Parentes ouvidos pelo jornal Extra contaram que as vítimas tinham saído de carro na noite de sábado e foram atacados pelos policiais na volta para casa. O crime foi perto de uma favela conhecida como Morro da Lagartixa, na Estrada João Paulo, que cruza a Avenida Brasil, uma das principais vias de acesso ao Rio.

Foram assassinados Roberto de Souza Penha, 16 anos, Carlos Eduardo da Silva de Souza, de 16, Cleiton Correa de Souza, de 18, Wilton Esteves Domingos Junior, de 20, e Wesley Castro Rodrigues, de 25.

Ainda conforme o jornal Extra, parentes e moradores relataram que os policiais, além de atirarem contra o carro aparentemente sem motivos, impediram as vítimas de serem socorridas e forjaram a cena do crime para dar a impressão de que haviam agido em reação a uma suposta atividade criminosa. "Quando soubemos dos tiros, corremos ao local e encontramos Wilton ainda agonizando, mas os policiais não deixaram a gente socorrer, porque não poderia alterar a cena do crime", disse ao jornal carioca Érica Esteves Domingos, de 35 anos, tia de Wilton, que seria o motorista do carro.

Um morador das cercanias, que chegou à cena do crime pouco após o fuzilamento, contou que os policiais tentaram forjar resistência por parte das vítimas. "Disseram que não poderia alterar a cena do crime, mas pegaram a chave do carro, abriram a mala do carro e colocaram lá dentro uma pistola de mentira. Eles tentaram forjar que os jovens eram bandidos, mas eles não eram. Eu conhecia todos eles muito bem", disse a testemunha, também ao Extra.

A Polícia Civil informou que os policiais militares Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Antonio Carlos Gonçalves Filho foram presos em flagrante, por homicídio doloso, com intenção de matar, e fraude processual, enquanto o policial Fabio Pizza Oliveira da Silva foi detido por fraude processual.

"As armas dos policiais militares foram apreendidas e os veículos estão sendo periciados. Testemunhas estão sendo ouvidas", informou a Polícia Civil. O caso está sendo investiga pela 39ª Delegacia de Polícia (DP).

Já a Polícia Militar abriu um Inquérito Policial Militar (IPM), para "esclarecer as circunstâncias da ocorrência". "Os agentes estão presos e serão transferidos para a Unidade Prisional. Os policiais responderão perante a Justiça comum e perante a Justiça Militar", diz a nota divulgada.

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