São Paulo - Para quem mora em grandes centros urbanos, abarrotados de fábricas, carros e poluição, não há nada como dar uma escapadinha da agitação do dia a dia e respirar um pouco de ar puro, cercado de verde, em um parque local, não é mesmo? Nem sempre.
Dependendo das condições do clima e horário escolhidos, passear no parque pode virar motivo de preocupação. Em São Paulo, a Cidade Universitária e o parque do Ibirapuera, dois endereços que atraem centenas de pessoas nos finais de semana, aparecem no topo das regiões que registraram, em 2014, a maior concentração de ozônio (O3) na Região Metropolitana.
O ozônio é um poluente que tem acionado o sinal de alerta dos órgãos ambientais estaduais. No ano passado, os paulistas ficaram mais de um mês - exatos 43 dias (12,1% dos dias do ano), respirando um ar com níveis inadequados de O3, acima do padrão diário de 140 microgramas por metro cúbico (µg/m3). É um dos piores índices dos últimos dez anos.
Os dados são de um levantamento feito com base no Relatório de Qualidade do Ar de 2014, da Cetesb, a agência ambiental paulista.
O gráfico abaixo indica o número de dias em que o padrão de qualidade do ar estadual ( de 140 µg/m3) e o "nível de atenção" (acima de 200 µg/m3) foram ultrapassados nas estações, em 2014.
Reprodução/Cetesb
Destacam-se as estações da Cidade Universitária (USP-Ipen), o Ibirapuera, Interlagos, Santo Amaro e São Bernardo do Campo, que ultrapassaram o nível de atenção, atingindo a qualidade do ar “péssima”.
Dias de sol forte e ar poluído: uma combinação perigosa
Ameaça imperceptível a olho nu, o ozônio não é emitido diretamente no ar, mas resultado de uma reação química, na presença da luz solar, envolvendo substâncias primárias como o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, como os hidrocarbonetos, poluentes liberados principalmente por automóveis.
Em geral, o ozônio produzido a partir das emissões do tráfego de veículos nas cidades paulistas tem dois destinos: ou se extingue no próprio trânsito, reagindo com outros elementos químicos, ou segue pela atmosfera para regiões com baixa presença de moléculas de poluentes, a exemplo de parques e regiões distantes dos centros urbanos.
Em contato com o organismo humano, o ozônio afeta principalmente as mucosas que revestem as vias respiratórias. “Ele altera nossa proteção, diminuindo as defesas contra infecções. Como consequência, podem ocorrer infecções na região, agravamento de crises de asmas, rinites, sinusites, bronquites e dor no peito”, explica Mariana Matera Veras, pesquisadora científica no Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP.
“De modo geral, os mais vulneráveis são crianças, idosos, trabalhadores de ruas e pessoas com doenças pulmonares pré-existentes”, acrescenta.
Dicas importantes
Para se proteger do ozônio, a especialista recomenda evitar exposição no horário das 10h às 16h. É nesse período do dia que o ozônio apresenta maior atividade, ao desfrutar de altas concentrações de poluentes emitidos pelos veículos e luz solar abundante.
Um pouco da cautela também é importante. “Uma dica pra quem faz exercício ao ar livre é verificar como está a qualidade do ar. Se estiver ruim, melhor não ir e procurar outro horário”, alerta a pesquisadora da USP. “Nos relógios de rua e no site da Cetesb, é possível checar as condições do ar no momento”, sugere.
Segundo o relatório da Cetesb, a redução dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio, considerados os principais precursores de ozônio, pode contribuir para a diminuição das concentrações deste poluente na atmosfera.
Mas há, ainda, outras fontes de emissão que exigem atenção, como as emissões da evaporação de combustíveis que ocorrem no momento do reabastecimento dos tanques dos veículos e dos postos de gasolina.
“Se não tivéssemos emissões veiculares tão altas da frota de veículos, não teríamos essa preocupação, e o sol não seria problema. Mas ano a ano, nós estamos aumentando o substrato que favorece a formação de ozônio”, critica Mariana.
Em outras palavras, temos que parar de colocar lenha na fogueira.
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1. Redutos verdes
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1/12 (CC/ Vinicius Pinheiro/ flickr.com/vineco)
São Paulo - Pense rápido: quantas vezes por dia você tem a chance de curtir um momento com a natureza? Pouco, quase nunca? Não precisa ser assim. Com gestão focada na saúde e no bem-estar, é possível incluir mais áreas verdes nas grandes cidades. E quanto maior o investimento nessas áreas, maior o retorno. Prova disso é a
lista de melhores parques do mundo, compilada pela Trip Advisor. As 10 atrações destacadas - entre elas, um xodó paulistano, o Parque Ibirapuera - promovem beleza, bem-estar e renda para o turismo. Exemplos que inspiram e devem ser replicados pelos planejadores urbanos. Conheça a seguir os melhores parques do mundo, segundo seleção do TripAdvisor.
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2. 1 - Stanley Park
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2/12 (Wikimedia Commons)
Onde fica: Vancouver, Canadá Verdadeiro oásis verde em meio à paisagem citadina, o Stanley Park é o primeiro, maior e mais amado parque urbano de Vancouver. São 400 hectares de floresta natural, com vistas panorâmicas entrecortadas por montanhas, lagos, céu azul e árvores majestosas. É possível desfrutar das trilhas e belas praias, conhecer a fauna local, os marcos naturais, culturais e históricos, além de muitas outras atrações.
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3. 2 - Garden of The Gods
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3/12 (Wikimedia Commons)
Onde fica: Colorado, EUA O que esperar de um parque que se chama Jardim dos Deuses? Seus 300 milhões de anos de história geológica revelam uma das paisagens mais notáveis dos Estados Unidos: rochas profundamente vermelhas e rosas moldadas pela ação do tempo e do vento. É um ótimo lugar para caminhadas, escalada, mountain bike e cavalgadas.
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4. 3 - Central Park
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4/12 (Wikimedia Commons)
Onde fica: Nova York, EUA Cenário de inúmeros filmes e séries de TV, o mais famoso parque de Nova York não poderia estar de fora da lista. O Central Park é um convite para esquecer de todo o concreto, barulho, tráfego pesado e o corre-corre da multidão de gente que parece se deslocar em bloco pela cidade.
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5. 4 - Millennium Park
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Onde fica: Chicago, EUA Combinando paisagens naturais com árvores frondosas, jardins e esculturas, os parques estão por todas as partes em Chicago, ocupando 8% do território da cidade. Com 100 mil metros quadrados de área verde, o Millennium Park, quarto colocado no ranking do TripAdvidor, foi inaugurado em 2004 e desde então tornou-se uma das áreas residenciais mais desenvolvidas e caras da cidade.
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6. 5 - High Line Park
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6/12 (Getty Images)
Onde fica: Nova York, EUA No lugar de vagões de carga, canteiros com plantas, jardins, bancos de madeira elegantes e espreguiçadeiras, guarda-sóis, pista exclusiva para pedestres, nada de semáforos. Assim é o High Line (Linha Elevada), parque nova-iorquino erguido em 2009 sobre uma antiga linha férrea da cidade, que se tornou atração turística concorrida e exemplo mundial de urbanismo sustentável.
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7. 6 - Kings Park
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7/12 (Wikimedia Commons)
Onde fica: Perth, Austrália O Kings Park é uma mistura de parque e jardim botânico. Com vistas panorâmicas sobre o Rio Swan e Darling Range, é o lar de mais de 300 variedades de plantas nativas e 80 espécies de aves. Por ano, recebe mais de 5 milhões de visitantes. Além de instalações turísticas, também se encontra lá o Memorial da Guerra, o clube Royal Kings Park Tennis e um reservatório de água. As ruas são arborizadas com placas individuais dedicadas aos homens e mulheres que morreram nas duas Gerras Mundiais.
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8. 7 - Parque Güell
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8/12 (Wikimedia Commons)
Onde fica: Barcelona, Espanha Sétimo melhor parque do mundo segundo o TripAdvisor, o Parc Güel é uma combinação estonteante de área verde e inovadoras formas arquitetônicas e esculturais, cortesia do gênio Antoni Gaudí. A atração catalã recebe mais de 4 milhões de visitantes por ano.
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9. 8 - Parque Ibirapuera
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Onde fica: São Paulo, Brasil Fundado em 1954, o Parque Ibirapuera é um xodó paulistano que recebe mais de 14 milhões de visitantes por ano. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e o paisagista Burle Marx, o Ibirapuera é lar de atrações culturais e naturais que reconfortam e revitalizam os mais cansados da vida corrida em São Paulo.
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10. 9 - Buen Retiro Park
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10/12 (Wikimedia Commons)
Onde fica: Madri, Espanha Mais um parque espanhol aparece entre os melhores do mundo. O Buen Retiro Park é um magnífico parque, cheio de belas esculturas e monumentos, galerias, um lago calmo, que o transformam numa das principais atrações de Madri. O parque pertencia à monarquia espanhola até o final do século 19, quando se tornou público.
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11. 10 - Jardins de Luxemburgo
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11/12 (Wikimedia Commons)
Onde fica: Paris, França A Primavera torna os Jardins de Luxemburgo, nas dependências do Palácio de Luxemburgo, sede do senado francês, uma atração concorridíssima em Paris. Esse cartão postal possui um lago, fontes e árvores imponentes, além de coloridos canteiros de flores. O espaço também funciona como uma galeria de arte a céu aberto, com importantes esculturas e coleções que remontam ao século XVI.
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12. Eles dão exemplo
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12/12 (Wikimedia Commons)