Horário de verão: medida pode voltar em 2024
Publicado em 1 de outubro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 1 de outubro de 2024 às 06h16.
Quem gosta do horário de verão — quando há um adiantamento de uma hora no horário de Brasília para reduzir o consumo de energia elétrica e aproveitar mais a luz solar — tem um bom motivo para se animar. Após uma recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), há chances que a prática seja retomada este ano.
A adoção da medida foi usada primeira vez no Brasil em 1931 e se tornou fixa em 2008. Em 2019, no entanto, o governo Bolsonaro retirou a prática do país. O ex-presidente avaliou que a mudança de horário não cumpria mais o propósito para o qual foi adotada, e que os brasileiros teriam mudado sua forma de consumo de energia elétrica.
Ainda que a volta do horário de verão tenha sido recomendada para 2024, a decisão final sobre adotar ou não a medida nesse ano é do governo Lula. Nos estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve o reconhecimento da importância da prática nos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Os estudos indicam que a medida poderá trazer uma redução de até 2,9% na demanda máxima noturna, tanto em dias úteis como aos finais de semana, em quase todas as condições de temperatura.
Tradicionalmente, o horário de verão começa no primeiro domingo de novembro, a partir das 00h, seguindo a recomendação do Decreto nº 6.558. Mas a medida ainda não foi decidida pelo Governo, ou seja, ainda não se sabe se o novo horário retorna ou não em 2024, tampouco quando será realizado.
Em coletiva na tarde de quinta-feira, 20, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que levará a recomendação para avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de outros ministérios, setores da economia e do poder Judiciário. A decisão do Presidente deve ser anunciada nos próximos dias.
Silveira destacou o horário de verão como uma medida que contribui para a sustentabilidade energética e citou o Canadá como exemplo de país que adota o mecanismo, mas ressaltou que não há possibilidade de crise energética este ano. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avalia que 2024 retomará, nos próximos dias, o volume normal de chuvas.