Chuva: temporal deixa 1 pessoa morta em São Paulo (Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 12 de outubro de 2024 às 09h45.
Última atualização em 12 de outubro de 2024 às 20h40.
Moradores da região metropolitana de São Paulo seguem sem luz desde sexta-feira, 11, após uma forte tempestade atingir diversas cidades do estado por volta das 19h30.
Em coletiva de imprensa neste sábado, 12, o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, afirmou que as equipes estão na rua, mas que não tem como definir um prazo para o reestabelecimento total.
“Não tem como dizer essa informação [prazo]. Vai continuar o trabalho incansável para todos os clientes. Tem muitas variáveis e não quero colocar uma justificativa que seja frustrada”, explicou.
Em muitos locais, árvores caíram devido aos ventos fortes, o que contribuiu para o apagão. Em outros, a infraestrutura elétrica foi diretamente impactada pela tempestade.
Em nota, a Enel informou que ao menos 2,1 milhões de clientes tiveram o serviço afetado, sendo que 1,35 milhão ainda seguem sem energia.
A companhia afirma ainda que a prioridade no atendimento é para hospitais ou pessoas cadastradas que precisam de energia para equipamentos médicos, considerados clientes essenciais.
De acordo com a Defesa Civil do estado, os ventos na zona sul da capital chegaram a 107 km/h, o maior registro na história. Antes, desde 1995 até agora, a rajada mais forte havia sido registrada no dia 3 de novembro de 2023, quando os ventos chegaram a 103,7 km/h.
Moradores de diversas regiões da capital paulista relataram ter recebido, neste sábado, 12, uma mensagem da Enel informando que a energia seria restabelecida até segunda-feira, 14, com horários variando entre 4h e 11h.
Clientes de áreas como Santo Amaro, Mooca e Pinheiros receberam o SMS, mas a companhia informou em nota à EXAME que se tratava de uma 'falha na programação da resposta automática do canal de atendimento pelo whatsapp, que já foi corrigida.'
Em nota, a Enel também disse que segue trabalhando dia e noite com reforço das equipes de campo para restabelecer o serviço para todos. Veja abaixo:
Desde as chuvas, acompanhadas de ventos de mais de 100 km/h, que atingiram a área de concessão na noite de ontem, a companhia acionou imediatamente seu plano emergencial. Até as 18h40, cerca de 750 mil clientes tiveram o serviço restabelecido. No momento, cerca de 1,35 milhão de clientes estão afetados, ou quase 17% da base de clientes da distribuidora. Em alguns casos, o trabalho para restabelecer a energia é mais complexo pois envolve a reconstrução de trechos inteiros da rede.
A companhia está atuando com cerca de 1,6 mil técnicos em campo e trabalhando para mobilizar no total cerca de 2,5 mil profissionais. Esse contingente está sendo ampliado com a mobilização de equipes adicionais, além da chegada de técnicos do Rio e do Ceará. Além da capital, com cerca de 870 mil clientes impactados, os municípios mais afetados são: Taboão da Serra com 91 mil unidades, Cotia com 79,8 mil, São Bernardo do Campo com 70,4 mil e Santo André com 66,6 mil.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou, neste sábado, 12, que a área de fiscalização do órgão irá intimar "imediatamente" a Enel São Paulo "para apresentar justificativas e proposta de adequação imediata do serviço diante das ocorrências registradas" ontem e hoje na cidade.
"Como parte do processo de intimação, a proposta será avaliada pela diretoria colegiada da Aneel e caso a empresa não apresente solução satisfatória e imediata da prestação do serviço, a Agência instaurará processo de recomendação da caducidade da concessão junto ao MME (Ministério de Minas e Energia)", diz o texto.
A Aneel afirma que a fiscalização L já está presencialmente em São Paulo verificando as ocorrências e que medidas firmes serão adotadas pela Agência nesse processo.
Em nota, a companhia informou que as regiões Oeste e Sul da capital foram as mais atingidas, além dos municípios Carapicuíba, Taboão da Serra, Cotia, Osasco e Barueri. Veja abaixo os bairros mais afetados pelo apagão:
Outras áreas da cidade também enfrentaram ventos fortes. No aeroporto Campo de Marte, em Santana, as rajadas chegaram a 88,9 km/h, enquanto na Lapa/Vila Leopoldina, na zona oeste, a velocidade alcançou 87,3 km/h. Ventos intensos foram registrados no Aeroporto de Congonhas (78 km/h) e em bairros como Campo Limpo (61,6 km/h) e Santana (45,36 km/h).
Em Granja Viana, uma árvore foi arrancada pelo vento e caiu sobre a rede elétrica, atingindo um carro na avenida São Camilo.
Na manhã de sábado, as ruas da cidade, especialmente na região central, como a 23 de Maio, estavam cobertas de lixo, folhas e galhos.
Ces viram a chuva q deu aq em SP? KKKKKKKKK pic.twitter.com/jsEPgI8pVC
— Lucas (@badlucsa) October 12, 2024
Além do problema na rede de energia, a queda de árvores e muros também deixou vítimas fatais. O balanço parcial da Defesa Civil informou que 7 pessoas morreram no Estado de São Paulo.
Na capital, uma morte ocorreu devido à queda de uma árvore no bairro Campo Limpo, zona Sul da cidade. Em Diadema, uma vítima foi registrada pela mesma causa, enquanto em Cotia ocorreram mais duas mortes. Em Bauru, uma criança, uma mulher e um homem idoso morreram soterrados pela queda de um muro no bairro Samambaia na tarde de sexta-feira, 11.
A Enel São Paulo orienta os clientes que estão sem energia que priorizem os canais digitais para abrirem chamados. São eles: