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PTB coloca Ministério do Trabalho “à disposição” de Temer

Mais cedo, afilhado político de Roberto Jefferson foi afastado do comando do ministério do Trabalho

Presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou nesta quinta-feira (5) que a Executiva Nacional do partido colocou o comando do Ministério do Trabalho à disposição do governo Michel Temer (Valter Campanato/Agência Brasil)

Presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou nesta quinta-feira (5) que a Executiva Nacional do partido colocou o comando do Ministério do Trabalho à disposição do governo Michel Temer (Valter Campanato/Agência Brasil)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 5 de julho de 2018 às 12h35.

Última atualização em 5 de julho de 2018 às 13h16.

Brasília/São Paulo - O presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou nesta quinta-feira (5) que a Executiva Nacional do partido colocou o comando do Ministério do Trabalho à disposição do governo Michel Temer. Pelo Twitter, o ex-deputado admitiu que garantiu "apoio político" para que a legenda assumisse a pasta, mas negou participação em possíveis irregularidades.

"Pessoalmente, insisto: não participei de qualquer esquema espúrio no Ministério do Trabalho. E acrescento que minha colaboração restringiu-se a apoio político ao governo para que o PTB comandasse a Pasta", disse.

https://twitter.com/blogdojefferson/status/1014888126211411969

Mais cedo, o então ministro Helton Yomura, apadrinhado político de Jefferson, teve o afastamento determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República. O pedido de afastamento ocorreu no âmbito da Operação Registro Espúrio, que teve Jefferson e sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), como alvos das primeiras fases.

Pelo Twitter, o presidente do PTB disse que a sigla apoia a Registro Espúrio, mas "não concorda com inferências divulgadas antes que as investigações estejam concluídas". "Como já foi dito, se houve irregularidade na Pasta caberá aos responsáveis responder à Justiça por seus atos. Não concordamos, todavia, com inferências divulgadas antes que as investigações estejam concluídas."

ENTENDA

A Polícia Federal suspeita que  uma organização composta por políticos, partidos, centrais sindicais e servidores atuava na concessão irregular de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho por meio do pagamento de propina.

Apenas pela liberação irregular de um único registro sindical houve pagamentos que envolviam valores que chegaram a 4 milhões de reais, de acordo com os investigadores.

A terceira fase da operação Registro Espúrio, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal nesta quinta-feira, também prendeu três pessoas e cumpriu mandados de busca e apreensão na Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, no Ministério do Trabalho e na Câmara dos Deputados.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, os investigados "utilizam rotineiramente os cargos para viabilizar a atuação da organização criminosa e para solicitar tratamento privilegiado a processos de registros sindicais". A PGR não deu detalhes sobre as decisões judiciais porque as medidas cautelares são sigilosas.

A operação Registro Espúrio foi lançada inicialmente no final de maio, quando a PF fez buscas nos gabinetes dos deputados Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB), além das sedes dos partidos PTB e Solidariedade e em centrais sindicais.

Na segunda etapa, lançada semanas depois, o principal alvo foi a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), que chegou a ser indicada no início do ano pelo presidente Michel Temer para ser ministra do Trabalho, mas não tomou posse porque a Justiça barrou seu nome sob alegação de que ela não tinha condições de assumir o cargo por ter sido condenada em processo trabalhista.

 

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