Marco Feliciano: PT disse que não queria criar uma outra crise em torno da comissão como em 2013, quando Feliciano foi para a presidência (Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2015 às 21h01.
São Paulo - O PT vai assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 3, em Brasília, durante reunião dos líderes partidários para tratar do comando das comissões temáticas da Casa.
Os petistas deverão definir nas próximas horas o nome do presidente. O partido alegou, nas negociações que antecederam a definição, que não queria criar uma outra crise em torno da comissão, nos moldes da que ocorreu em 2013.
Naquele ano a presidência ficou nas mãos do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), da bancada evangélica.
Tradicionalmente, a Comissão de Direitos Humanos tem sido presidida pelo PT. Ela foi criada por iniciativa de um petista, Nilmário Miranda, de Minas.
Em 2013, porém, nas negociações dos líderes partidários, o partido preferiu assumir outras comissões, o que abriu caminho para Feliciano - e também para uma série de protestos.
Para grupos de direitos humanos de todo o País, o PT não poderia ter deixado a comissão nas mãos de um parlamentar pouco afeito às questões dessa área.
Ontem, o vice-líder Alessandro Molon (PT-RJ) destacou a importância da comissão na história do partido. "Para o PT é uma comissão estratégica", afirmou.
O anúncio de que o PT ficará com a presidência provocou surpresa em militantes da área de direitos humanos. Nos bastidores da Câmara, tudo parecia indicar que o cargo seria ocupado por algum dos partidos que se articularam mais diretamente para a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atual presidente da Casa.
Em 2014, no rastro do que já havia feito o parlamentar da bancada evangélica, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por fazer declarações racistas e homofóbicas, tentou conquistar a presidência da comissão. O PT reagiu e elegeu o deputado Assis do Couto (PT-PR).