O comitê de campanha de Fernando Haddad, candidato do PT, pediu ao MPE a abertura de inquérito civil para averiguar a conduta dos gestores públicos no episódio (Divulgação/Facebook)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2012 às 10h52.
São Paulo - O PT protocolou ontem, quarta-feira, 29, na Justiça Eleitoral notícia crime em que pede inquérito policial para apurar a divulgação de dados médicos do caminhoneiro José Machado e o possível uso da máquina pública na eleição pela Prefeitura de São Paulo. O comitê de campanha de Fernando Haddad, candidato do PT, pediu ao Ministério Público Estadual (MPE) a abertura de inquérito civil para averiguar a conduta dos gestores públicos no episódio.
Machado apareceu em programa eleitoral de Haddad dizendo que esperava há dois anos por uma cirurgia de catarata. Questionada sobre o programa, a Secretaria da Saúde divulgou, de forma oficial, informações sobre o paciente desde 2007, deu datas de atendimentos na rede e disse que ele sofre de pterígio - crescimento de tecido sobre a córnea -, e não de catarata. Os dados foram levantados previamente pela Prefeitura e tornados públicos sem autorização do paciente tão logo a reportagem procurou a pasta.
Pondo em xeque as informações dadas por Machado, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) citou o fato de a mulher do paciente, Natalice Aleixo Santos, ser do conselho gestor da UBS Guaianases 1, primeira unidade em que Machado foi atendido. "Ela representa os trabalhadores lá; deveria ter boa orientação."
Já o advogado de Haddad, Hélio Silveira, disse querer saber "quem mandou a administração pública monitorar a campanha adversária, violar dados médicos e expor uma pessoa". Para Haddad, a gestão de Kassab (PSD) deveria "pedir desculpas" pela demora no atendimento e suposta violação do prontuário. O petista tem minimizado o fato de sua propaganda ter explorado o caso usando informações erradas. "Para qualquer uma das versões (catarata ou pterígio), o problema, de solução simples, não foi resolvido."
A Prefeitura não comentou a representação do PT. Mais cedo, Kassab disse: "A Prefeitura foi demandada a se manifestar (sobre a propaganda). E houve uma denúncia, que já identificou, nos limites do que pode ser divulgado por conta da ética, que ele não tinha catarata. A secretaria só divulgou as informações possíveis."
Procurada, a Secretaria de Saúde não confirmou o cargo da funcionária. Em nota divulgada na terça-feira, a pasta disse que os dados foram repassados para "esclarecer a cronologia dos fatos e a verdadeira razão do tratamento". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.