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PT tenta "concertación" para evitar debandada

Lula quer contemplar parte da bancada que integra correntes de esquerda do partido oferecendo um grande acordo de conciliação

Lula: ex-presidente tenta evitar debandada de parlamentares das correntes mais à esquerda do PT (.)

Lula: ex-presidente tenta evitar debandada de parlamentares das correntes mais à esquerda do PT (.)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 09h45.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs nesta segunda-feira, 7, à bancada do PT na Câmara dos Deputados, um amplo acordo entre todas as forças políticas do partido para evitar uma debandada de parlamentares da sigla.

Segundo participantes do encontro, que reuniu 48 dos 54 deputados petistas, Lula usou uma palavra em espanhol "concertación" (concertação) para se referir à proposta.

"A ideia é fazer uma concertação. Lula está liderando e deu o tom. Com isso ele breca o movimento de debandada que é uma especulação permanente", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), na saída da reunião.

Com o acordo, Lula espera contemplar a parte da bancada que integra o Muda PT, grupo que reúne as cinco principais correntes de esquerda do partido.

O grupo reúne cerca de 30 deputados e é alvo de boatos sobre uma possível saída em bloco do partido, caso não haja uma profunda reformulação no PT.

Segundo cálculo de parlamentares, caso Lula obtenha êxito na articulação, a debandada deve se restringir a cinco deputados que têm sinalizado que devem deixar o partido por cálculo político, por não verem chances de manter seus mandatos no PT.

Presidência

A concertação proposta por Lula prevê a escolha de um nome de consenso para substituir Rui Falcão na presidência do PT, a indicação dos melhores quadros de cada corrente - de preferência ex-ministros, ex-governadores e ex-prefeitos - para formar a nova direção, a criação de mecanismos de transparência na gestão do partido e a realização do 6.º Congresso Nacional da sigla, com plenos poderes para eleger dirigentes e fazer uma reformulação profunda do PT até março do ano que vem - anteriormente a ideia era fazer o Congresso entre maio e junho.

A proposta de que a nova direção deve ser eleita por delegados no 6.º Congresso, e não por meio de um Processo de Eleições Diretas (PED), teve apoio quase unânime da bancada e também de Lula.

A forma de escolha da nova cúpula partidária é o principal ponto de divergência entre o Muda PT e a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) e ameaça rachar o partido. Ao apoiar a tese do Muda PT, Lula tenta esvaziar o discurso para uma possível saída em bloco do grupo.

Falcão negou a existência de um movimento de debandada. "Não vi nenhum deputado que tenha manifestado a intenção de sair do PT", disse o presidente nacional da legenda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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