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PT teme até extinção da legenda após Lava Jato, diz jornal

Segundo reportagem da Folha, partido terá que ressarcir cofres públicos pela corrupção no esquema da Petrobras; montante pode chegar a US$ 200 milhões


	A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (C) e o presidente do PT, Rui Falcão
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Fotos Públicas)

A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (C) e o presidente do PT, Rui Falcão (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Fotos Públicas)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 20 de abril de 2015 às 11h37.

São Paulo – Qual a pior consequência que o PT pode ter com a Operação Lava Jato? Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, desta segunda-feira, a cassação ou inviabilização da legenda não é descartada por integrantes do partido ouvidos pelo jornal.

De acordo com a Folha, o partido pode ser penalizado financeiramente e teria que ressarcir os cofres públicos pela corrupção da Petrobras. O valor da multa ainda não foi divulgado, mas pode chegar à cifra de 200 milhões de dólares.

O montante, de acordo com a Folha, é calculado pelos próprios petistas com base nos valores que Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras, divulgou em um depoimento de delação premiada à Justiça.

Ainda segundo petistas ouvidos pela Folha, se realmente for aplicada, a multa teria o poder de destruir o partido.

A propina

Entre os anos de 2003 a 2013, o PT teria recebido entre 150 a 200 milhões de reais em propina de 90 contratos firmados com a Petrobras, segundo estimativa de Barusco

O cálculo foi feito tendo em vista o que ele mesmo recebeu no esquema de corrupção da estatal. De acordo com o ex-gerente, João Vaccari Neto, ex-tesoureido do partido preso na última quarta-feira, seria o responsável pelo recebimento da propina destinada ao PT.

Sem doações

Na última sexta-feira, o PT anunciou que os diretórios nacional, estaduais e municipais da sigla não vão mais receber doações empresariais. A informação foi divulgada por Rui Falcão, presidente do partido, que defende o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas.  

A decisão foi anunciada um mês depois que a Operação Lava Jato revelou que o financiamento empresarial de campanhas eleitorais foi usado como um método para maquiar propinas. 

Neste contexto, o Congresso discute uma reforma política que modifique as regras do financiamento de campanhas eleitorais no país. Hoje, esse financiamento é misto: poder público, pessoas físicas e empresas contribuem.  

O PMDB, principal aliado do governo na Casa, defende a garantia das doações empresariais. Veja o que está em jogo nesta discussão

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