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PT pede que Conselho de Ética investigue vídeo sobre golpe de 1964

Parlamentares também representaram contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na Câmara pela distribuição do material

Jair Bolsonaro: presidente disse que não considera golpe o início da ditadura militar no país (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: presidente disse que não considera golpe o início da ditadura militar no país (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de abril de 2019 às 11h09.

Brasília — As bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal entraram com representações na Procuradoria-Geral da República (PGR), na Controladoria Geral da União (CGU) e na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pedindo a investigação sobre as circunstâncias de produção e publicação do vídeo apócrifo favorável ao golpe militar de 1964 divulgado em grupos de mensagens controlados pelo Planalto.

Os parlamentares também representaram contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Conselho de Ética da Câmara pela distribuição do material em suas redes sociais.

No domingo, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que uma conta administrada pelo governo usou canais oficiais para divulgar um vídeo que faz apologia ao golpe militar de 1964, que iniciou um período ditatorial que durou até 1985 no país.

O governo não se manifestou sobre quem autorizou a publicação e quem a produziu.

De acordo com o PT, o presidente Jair Bolsonaro usou os meios institucionais da Presidência para violar a Constituição. Nesta segunda-feira, 1º, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a responsabilidade do vídeo é do Planalto. "Decisão do presidente. Foi divulgado pelo Planalto, é decisão dele".

O pedido do PT diz que a produção e distribuição do vídeo em que "o golpe de 1964 é retratado como benéfico a sociedade" distorce a história e "viola a memória de toda a sociedade".

Eles pedem a instauração de sindicância investigativa na Controladoria-Geral da União para que sejam apuradas as circunstâncias de produção e divulgação do vídeo, "mediante, inclusive, identificação dos servidores responsáveis".

Além disso, as bancadas fizeram uma representação à Procuradoria-Geral da República para que também investigue esses fatos e violações sob a acusação de crime de responsabilidade. Eles pedem também que Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão acompanhe a apuração dos fatos.

Sobre o filho presidente, o partido entrou com uma representação na Comissão de Ética da Câmara para que se apure a divulgação do vídeo no Twitter.

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