Metrô de São Paulo: obras foram alvo da Operação Castelo de Areia, conduzida pela Polícia Federal em 2009 (LeoMSantos)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2015 às 21h18.
Brasília - Em nota divulgada na noite desta segunda-feira, 6, o deputado Jorge Solla (PT-BA) anunciou que apresentará amanhã requerimentos pedindo para a CPI da Petrobras investigar as obras de construção do metrô de Salvador e de ampliação da malha metroviárias de São Paulo, ambas durante a gestão do PSDB.
As obras foram alvo da Operação Castelo de Areia, conduzida pela Polícia Federal em 2009, para apurar suposto crime de evasão de divisas e de lavagem de dinheiro envolvendo executivos de construtoras.
Na época, as denúncias não foram acatadas em função do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmar que escutas telefônicas foram realizadas sem autorização judicial.
De acordo com o parlamentar, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse em delação premiada que o modelo de desvio de obras na estatal foi praticado em outras áreas.
"É indispensável compreender em que sentido operou o cartel historicamente: se transpôs para dentro da Petrobras um esquema que já funcionava em outras obras", disse Solla em nota.
Segundo o petista, existe um "calhamaço de 54 páginas" apreendido pela Polícia Federal da casa de Pietro Francesco Giavina Bianchi, executivo da Camargo Corrêa, com "tabelas e planilhas com nomes de instituições, obras, partidos políticos e deputados, relacionados a valores respectivos em dólares e reais".
O deputado pede para que Bianchi seja ouvido pela CPI.
Segundo Solla, o esquema as anotações foram feitas entre 1995 e 2000. "Numa das apreensões, 54 planilhas registram dados sobre 208 obras e contratos da Camargo Corrêa entre 1995 e 1998, espalhados por quase todo o País e também no exterior - Bolívia e Peru", registrou no requerimento.
De acordo com o parlamentar, o esquema teria financiado políticos de diversas regiões do País.
"Os repasses teriam ocorrido naquele período em favor de deputados federais, senadores, prefeitos e servidores municipais e estaduais. Em quatro anos a empreiteira desembolsou R$ 178,16 milhões, em valores da época", diz o documento assinado por Solla.