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PT pede apuração sobre elo entre site e governo Alckmin

O Diretório Estadual do PT solicitará investigação sobre envolvimento de Fernando Gouveia, responsável pelo site Implicante, e o governo de Geraldo Alckmin


	O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: o site produz conteúdo contra o PT e membros do partido
 (Marcelo Camargo/ABr)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: o site produz conteúdo contra o PT e membros do partido (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 16h37.

São Paulo - O Diretório Estadual do PT-SP informou nesta sexta-feira, 24, que vai entrar com uma representação no Ministério Público do Estado de São Paulo solicitando "rigorosa investigação" sobre o envolvimento do blogueiro Fernando Gouveia, responsável pelo site Implicante, e o governo de São Paulo, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB).

O site Implicante produz conteúdo contra o PT e membros do partido, principalmente com postagens contrárias ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidenta Dilma Rousseff.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, a empresa do blogueiro, a Appendix, recebeu, de junho de 2013 a março deste ano, pagamentos mensais no valor de R$ 70 mil, totalizando, até o mês passado, R$ 1,47 milhão. A empresa de Gouveia foi contratada pela Propeg, uma das três agências que cuidam da publicidade oficial do governo, para prestar serviços à Secretaria Estadual de Cultura. O contrato foi firmado via Secretaria de Comunicação.

De acordo com nota assinada pelo presidente estadual do PT, Emídio de Souza, o blogueiro seria o beneficiário final de uma triangulação envolvendo o governo do Estado.

"O governo Alckmin repassaria, através da secretaria estadual de Comunicação, recursos públicos à agência publicitária Propeg, que, por sua vez, entregaria R$ 70 mil mensais ao blogueiro, como forma de financiar, ilicitamente, disputas, estratégias e interesses político-partidários de integrantes da atual administração pública executiva estadual", afirmou.

Para Emídio, essa suposta ligação e um possível desrespeito ao objetivo do contrato original "apontam indícios de desvios de recursos públicos" e podem tipificar prática de crime contra a administração pública e ato de improbidade administrativa. "O PT-SP solicita que o MP Estadual adote as medidas cabíveis a fim de apurar com rigor os fatos e responsabilizar os seus autores, e, desta forma, impedir a continuidade das condutas ilícitas que prejudicam diretamente os cofres públicos", afirma o presidente estadual.

A Folha informou também que a ex-assessora da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, Cristina Ikonomidis, tornou-se sócia do blogueiro na Appendix.

A reportagem diz que pelo menos uma das ordens de serviço que liberaram pagamentos à Appendix foi assinada pelo jornalista Juliano Nóbrega, então número dois da Subsecretaria de Comunicação do Palácio dos Bandeirantes e marido de Cristina.

Emídio afirma que a bancada de deputados estaduais do PT já protocolou um requerimento para que a Assembleia Legislativa peça explicações ao governo e diz que os deputados devem apresentar nos próximos dias um pedido de instalação de CPI para apurar o caso.

Alckmin

Procurada, a assessoria de imprensa de Alckmin informou, por meio de nota, que o governo do Estado "que não financia, não faz pagamentos tampouco tem contrato com blogueiro".

"O governo tem contrato regular com a agência Propeg, vencedora de licitação, a quem solicitou serviços para o portal e redes sociais da Secretaria da Cultura. Os serviços foram comprovadamente prestados pela empresa, pelo menor preço", afirmou.

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