(Patricia Monteiro/Bloomberg)
Talita Abrantes
Publicado em 6 de junho de 2018 às 14h50.
São Paulo - Fiel à narrativa de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será candidato nas eleições 2018, o PT lançou nesta quarta-feira (6) uma plataforma para arrecadar doações para a campanha do ex-presidente, que está preso desde o último dia 7 de abril por corrupção passiva.
Em quatro horas, desde a divulgação do link até as 14h30 desta quarta, o site já contabilizava 202 doações que, juntas, somam 17,5 mil reais em recursos para a campanha do ex-presidente.
"Lula lidera todas as pesquisas eleitorais e com sua ajuda vai fazer o Brasil voltar a sorrir", diz o texto do site. "O Brasil já foi feliz com Lula. E com seu apoio, vai ser feliz de novo".
É possível fazer transferências de 10 reais a 1.064 reais no boleto, cartão de crédito ou débito. São cobradas também taxas de 8% do valor doado para quem o fizer por meio de cartões de crédito e débito e, para quem pagar via boleto, o custo adicional é de R$ 5,89 + 4% do valor doado
Os doadores precisam apresentar nome completo, e-mail e telefone - mas não há nenhuma menção ao CPF dos doadores, exigência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as campanhas de crowdfunding nestas eleições.
O PT deve lançar a pré-candidatura oficial de Lula na próxima sexta-feira (8). No entanto, por ter sido condenado por um órgão colegiado, o petista pode ter sua candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa.
Para alguns analistas políticos, com a estratégia, o PT tenta ganhar tempo e aproveitar ao máximo o potencial do nome do ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto mesmo atrás das grades.
A questão, segundo essa ótica, seria levar, portanto, a candidatura até a última data possível de forma a transferir um maior número de votos ao eventual substituto do ex-presidente na disputa.
Esta será a primeira eleição presidencial sem doações de empresas. Também será a primeira vez que os candidatos poderão lançar campanhas de financiamento coletivo online, os chamados crowdfundings. Pelas regras do TSE, se a candidatura de um pré-candidato não vingar, todo dinheiro arrecadado deverá ser devolvido aos doadores.