Dilma e Aécio: para apresentadores do programa petista, Aécio mostrou "lado desconhecido" no debate (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 15h46.
São Paulo - A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) usou a maior parte da propaganda eleitoral da TV para mostrar trechos do debate da terça-feira, 14, à noite, na Bandeirantes, enquanto Aécio Neves (PSDB) ignorou o embate televisivo - diferentemente de seu programa de rádio exibido mais cedo - e manteve o tema educação até o fim da peça.
O Dia dos Professores, comemorado nesta quarta-feira, 15, também foi lembrado na abertura dos programas dos presidenciáveis.
"Quero dizer aos queridos educadores do Brasil que a educação é e será cada vez mais nossa maior prioridade", disse Dilma, citando programas como o Pronatec e o maior acesso às universidades.
"Nosso compromisso é trabalhar cada vez mais na valorização desse parceiro que é o professor", ressaltou.
No programa de Aécio, uma apresentadora destacou o Dia dos Professores e disse que eles são referência de bons valores.
"Com nossos professores, a gente aprende desde cedo que é errado mentir", afirmou, acusando o PT de desrespeitar e iludir.
"Atacaram Eduardo Campos, atacaram Marina Silva e agora atacam Aécio. O PT, assim, está deseducando o Brasil", disse a apresentadora.
Debate
O restante do programa de Dilma foi dedicado a trechos do debate. Os apresentadores afirmaram que Aécio mostrou um "lado desconhecido" no encontro.
"Irritado com alguns questionamentos, ele chegou a ofender Dilma. Dilma não perdeu a compostura e não fugiu de nenhum tema", afirmaram.
Em seguida, foram apresentados trechos nos quais Dilma criticou seu adversário por nepotismo, propostas de programas sociais e, principalmente, corrupção, com questionamentos sobre qual a punição para envolvidos em escândalos ocorridos em governos do PSDB.
Foram citados os casos da Pasta Rosa, do Sivam, a compra de votos para reeleição, o mensalão mineiro e o cartel de trens em São Paulo.
"Estão todos soltos. Quero todos aqueles culpados presos, candidato. Essa é a minha indignação e o senhor não enxerga", disse a presidente.
O aeroporto de Cláudio, em Minas Gerais, também foi citado.
"Como o senhor explica ter construído um aeroporto que na época custava R$ 13,9 milhões e que agora custa R$ 18 milhões, a preços de hoje? Como explica que esse aeroporto foi construído num terreno do seu tio e a chave fica em poder dele?", questionou.
"No final do debate, Dilma mostrou ao Brasil que há uma grande diferença entre o que Aécio fala e o que ele faz", disseram os apresentadores.
O desempenho do tucano à frente do governo de Minas ganhou espaço novamente, com críticas à saúde e à educação do Estado, além de acusações sobre censura à imprensa. O programa petista utilizou ainda depoimentos de mineiros e de jornalistas.
Educação
Já a propaganda tucana se manteve no tema educação e não citou o debate de ontem.
"A educação é o único caminho para uma cidadania que seja verdadeiramente plena. Nos últimos anos, todos os governos estaduais e municipais têm tido enormes dificuldades para garantir uma educação de melhor qualidade para crianças e jovens", disse Aécio, acrescentando que, no seu governo, Minas passou a ter a melhor educação fundamental do Brasil.
"Se todos os Estados e municípios estão hoje padecendo do mesmo mal, é sinal de que está faltando uma política efetiva, corajosa, para valorizar a educação em todas as partes do Brasil", afirmou.
O tucano disse que, se eleito, gostaria de ser lembrado como o presidente que revolucionou a educação no Brasil
. "Quando governei Minas, eu estabeleci uma prioridade: educação." Aécio citou ações como o pagamento de bônus para professores, a recuperação da rede física das escolas e a entrada de crianças mais cedo nas aulas.
"Podemos fazer isso em todo o Brasil, dar essa oportunidade às crianças de todo o Brasil. Vou ser um grande parceiro, parceiro verdadeiro, dos estados e municípios para melhorar a educação", afirmou.
O programa do PSDB destacou ainda a proposta do Poupança Jovem Brasil, que começaria em 2015 nos dez Estados com maior taxa de abandono escolar, chegando a todo o País em 2017.