São Paulo - O presidente do PT, Rui Falcão, avisou à bancada petista na Câmara dos Deputados que será expulso da sigla o deputado que votar a favor da proposta de reforma política defendida por Eduardo Cunha (PMDB).

Segundo o jornal O Globo, a posição foi tomada após deputados do PT serem acusados de apoiar secretamente a eleição de Cunha para a presidência da Casa.

Na última vez que o PT assumiu uma postura radical assim, em 2003, Heloísa Helena (AL), Luciana Genro (RS), Babá (PA) e João Fontes (SE) foram expulsos do partido.

A reforma política é a pauta que o PT escolheu para tentar melhorar sua imagem após o mensalão. A proposta defendida pelos petistas impõe o fim das doações de empresas privadas. Já o projeto que Cunha pretende levar à votação inclui este tipo de doação na Constituição.

Em menos de 72 horas após sua eleição para a presidência da Câmara, Cunha acelerou a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Política que estava parada na Casa.

A proposta estava há um ano na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Sua admissibilidade dependia da aprovação da comissão e o PT travava seu andamento.

Cunha, então, tirou a admissibilidade - que é o primeiro passo que o projeto precisa cumprir - da CCJ e passou para o plenário. Já na sessão de terça-feira, a admissibilidade da PEC foi aprovada pelos deputados. Menos de 24 horas depois, Cunha autorizou a criação da comissão especial que analisará o tema. 

A expectativa é que a comissão seja instalada na próxima terça-feira, dia 10. Segundo a Secretaria-Geral da Mesa Diretora, 34 deputados integrarão o grupo.

A PEC prevê, entre outras coisas, o voto facultativo, o fim da reeleição para cargos executivos e a coincidência das datas das eleições, além de um sistema misto de financiamento das campanhas.