Em um encontro realizado nesta terça-feira, ficou acertado que o PL ficará com a Comissão de Fiscalização e Controle (Ana Volpe/Agência Senado)
Agência de notícias
Publicado em 15 de março de 2023 às 09h22.
Última atualização em 15 de março de 2023 às 10h54.
A distribuição das 30 comissões temáticas da Câmara será selada nesta quarta-feira durante reunião do colégio de líderes. O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, de Jair Bolsonaro, medem forças nos bastidores em torno do controle de algumas das cadeiras mais importantes da Casa.
Em um encontro realizado nesta terça-feira, ficou acertado que o PL ficará com a Comissão de Fiscalização e Controle. Agora, legendas da base tentam evitar que ela seja presidida pela deputada Bia Kicis (DF), aliada de primeira hora de Bolsonaro, e articulam para que a sigla indique um deputado de perfil mais equilibrado.
Com a atribuição de acompanhar as movimentações contábeis e patrimoniais da União, o colegiado tem o poder de criar problemas ao governo com frequência. Por isso, o líder do PT na Câmara, o deputado Zeca Dirceu (PR), diz que batalhará para tirar Bia Kicis do páreo.
"Farei um apelo na reunião dos líderes para que nenhum louco extremista assuma qualquer comissão. Esta Casa precisa de diálogo e equilíbrio", justificou.
Em outra frente de negociações, o líder do PL, Altineu Côrtes (RJ), tenta construir consenso para que seu partido transforme Luiz Carlos Motta (SP) no relator do Orçamento. Dono da maior bancada da Câmara, o partido tem direito a seis indicações, de acordo com as regras de proporcionalidade, e comandará também as disputadas comissões de Saúde e Segurança Pública.
No extremo oposto, o PT abriu mão do colegiado de Educação e dá como certo que ficará com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. Ela deverá ser comandada pelo ex-presidente do partido, deputado Rui Falcão (SP). O PT também controlará as comissões de Cultura e Trabalho. Os correligionários de Lula ainda disputam o colegiado de Finanças e Tributação com o União Brasil, que, pelo acordo alinhavado, ocupará a cadeira principal de Minas e Energia.
Os dois partidos integram o bloco que apoiou a reeleição de Lira. Como tem a maior bancada, o PL tinha o direito de fazer a primeira escolha e queria a CCJ, mas o PT não abria mão dessa comissão, por onde passam praticamente todos os projetos em andamento na Casa.
As duas siglas acabaram chegando a um entendimento, e o partido de Bolsonaro optou pela relatoria do Orçamento, de olho em verbas para redutos eleitorais em 2024, ano de eleições municipais. Até o momento, entretanto, o destino desta relatoria é incerto.
O PSD assegurou a Comissão de Viações e Transportes, que ficará sob a batuta de Cezinha de Madureira (SP), mas ainda batalha pela Comissão de Comunicações. Caso não consiga esta pedida, o partido espera ficar com a Ciência e Tecnologia. Em qualquer hipótese, o posto de líder da segunda comissão do PSD será ocupado por Luisa Canziani (PR).