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PT e governo defendem eleições gerais caso impeachment passe

Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população


	Eleições: aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população
 (Nelson Almeida/AFP)

Eleições: aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população (Nelson Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2016 às 14h50.

Brasília — O PT e o governo planejam fazer uma grande campanha nacional de coleta de assinaturas em apoio a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) caso o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A ideia, que até agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida abertamente pelos estrategistas próximos a Dilma.

"Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas. Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais articuladores da reação anti-impeachment.

A tese é corroborada por ministros palacianos e ganha cada vez mais adeptos entre os aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com jornalistas, a presidente admitiu "respeitar" uma proposta alternativa que passe pelo voto popular.

As poucas divergências são quanto ao momento em que a campanha deve ser deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo depois da votação na Câmara, em caso de derrota do governo.

Eles apostam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai "esfriar" a disputa quando o impeachment chegar em suas mãos e retardar o ritmo do processo, o que daria tempo para a mobilização pela coleta de assinaturas.

Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população e acreditam que não seria impossível, com ajuda dos movimentos sociais ligados ao partido, coletar milhões de assinaturas em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovara PEC.

No Palácio do Planalto e entre a aliados de Dilma a ideia tem sido chamada de "contra-golpe", uma espécie de revanche contra Temer, que virou alvo de fúria entre petistas que prometem desestabilizar um eventual governo do vice.

"Se o impeachment for admitido aqui acho muito difícil que o doutor Michel Temer tenha condições de governar porque obviamente terá se tratado de um golpe. Ele da nossa parte não merecerá o tratamento de presidente, ele é um usurpador, um conspirador, um traidor", disse Damous.

Na conversa com jornalistas Dilma acusou Temer se "se associar" politicamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação Lava Jato, para derrubar o governo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a interlocutores que preferia ver o país nas mãos do PSDB, em uma derrota eleitoral do PT, do que entregue ao grupo do vice. Damous acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos pelo impeachment.

"O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato", disse o deputado.

O vice-presidente foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusação mas não respondeu.

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