Lula: senadora disse que o TSE não poderia negar o registro de ex-presidente, mesmo com petista condenado em segunda instância e podendo ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa (Leonardo Benassatto/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de junho de 2018 às 18h49.
São Paulo - O PT recorreu à Justiça Federal em Curitiba para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dê entrevistas e faça pronunciamentos como candidato a presidente da República mesmo preso.
Além disso, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira, 8, que Lula será candidato ainda que a Justiça Eleitoral negue o registro de sua candidatura.
"Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar", disse Gleisi, ao justificar o pedido feito à Vara de Execuções Penais da Justiça Federal. A presidente da legenda concedeu uma entrevista coletiva em Contagem (MG), onde o partido promove nesta sexta-feira um ato de "lançamento oficial" da pré-candidatura de Lula ao Planalto.
Mesmo se a Justiça negar a possibilidade, disse Gleisi, a campanha continuará. "Vamos fazer campanha independentemente das falas do presidente, ele vai escrever e todas as lideranças vão falar por ele."
A senadora disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não poderia negar o registro de Lula, mesmo com o petista condenado em segunda instância e podendo ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
"Enquanto tem recursos fundamentados nas instâncias superiores, teria que ser feita a candidatura. Nós poderíamos definir inclusive que ele faça a disputa sem o registro", disse.
Na tese de Gleisi, Lula poderia ir para a urna, ser eleito e diplomado enquanto seus recursos não são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O PT, afirmou a presidente, está formulando um parecer levantando casos de outros políticos que tiveram suas situações jurídicas revertidas após a eleição e tomaram posse.
Negando qualquer alternativa à candidatura de Lula, Gleisi diz que o PT conversa com outros partidos do campo da esquerda e que a articulação pode levar a uma composição eleitoral.
Mesmo não admitindo que Lula pode não ser candidato, a dirigente afirmou que, "em qualquer circunstância", a palavra final sobre a movimentação do PT será dada pelo ex-presidente.
Perguntada sobre uma aliança com o PSB em Minas Gerais, Gleisi Hoffmann disse que o PT conversa com a legenda e que as alianças locais vão ser definidas em razão de uma aliança nacional.