Apoiador do PT segura bandeira com o nome de Dilma: documento também ressalta que o PT deve "assumir responsabilidades e corrigir rumos" (REUTERS/Pilar Olivares)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2015 às 21h53.
São Paulo - O manifesto do PT divulgado no início da noite desta segunda-feira, 30, elaborado em encontro dos dirigentes estaduais com o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, e com o ex-presidente Lula, propõe que o partido saia da "defensiva" e retome a "iniciativa política" para enfrentar a "maré conservadora em marcha", que precisa ser mais "bem identificada" pelo partido.
O documento também ressalta que o PT deve "assumir responsabilidades e corrigir rumos".
Um mea-culpa que o documento traz é dizer que o partido se afastou da democracia participativa, cuja ausência, explica o documento, é causa direta dos "desvios que abalaram a confiança no PT".
O manifesto diz ainda que o partido precisa desmanchar a "teia burocrática que imobiliza as direções em todos os níveis e nos acomoda ao status quo".
Defende também que o partido deixe de agir politicamente apenas no período eleitoral e volte a representar cotidianamente a política "das massas".
O manifesto reconhece que movimentos sociais, da juventude e dos trabalhadores, se afastaram do partido por causa desses erros - dizendo que se tornaram alheios, indiferentes e até hostis ao PT - e propõe correções.
O texto diz que essas mudanças, de "retomada partidária", têm de ser feitas pela via da política e não pela via administrativa. Os erros assumidos no texto, contudo, restringem-se ao espectro político e não tangem a política econômica.
Segundo o manifesto, o quinto congresso do PT, que acontecerá em junho, na Bahia, servirá para "sacudir" o partido e promover um reencontro com suas origens nos anos 1980, a fim de que o partido "retome sua radicalidade política, seu caráter plural e não dogmático".
O documento diz que o partido tem que se afastar do "pragmatismo pernicioso" e não dar trégua ao "cretinismo parlamentar".